07.06.2013 Views

Os Diferentes Matizes da Educação Ambiental no Brasil

Os Diferentes Matizes da Educação Ambiental no Brasil

Os Diferentes Matizes da Educação Ambiental no Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A socióloga brasileira Lisa Gunn, do Instituto de Defesa do Consumidor<br />

(Idec), que lá esteve, ficou impressiona<strong>da</strong> por uma diferença marcante, segundo<br />

ela, entre as duas cúpulas mundiais. Na Rio 92, organizações <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

civil do mundo todo ocuparam o Aterro do Flamengo <strong>no</strong> Rio de Janeiro<br />

com seu Fórum Global <strong>da</strong>s Ongs e Movimentos Sociais. Realizaram uma<br />

constelação de eventos que, repercutidos na mídia, exerceram pressão sobre<br />

as decisões intergovernamentais. Na Rio+10, a presença mais expressiva foi do<br />

empresariado, interessado em promover a sustentabili<strong>da</strong>de <strong>no</strong>s negócios.<br />

Na abertura <strong>da</strong> Rio+10, o discurso de Kofi Annan, então secretário-geral<br />

<strong>da</strong> ONU, deu o tom do evento: “Não há como fingir que investimentos em<br />

conservação são altos demais, quando sabemos que o preço de falharmos nas<br />

ações será muito maior. Temos de parar de ser eco<strong>no</strong>micamente defensivos,<br />

para começarmos a ser politicamente corajosos”, desafiou ele, numa clara<br />

referência ao não cumprimento <strong>da</strong>s metas expostas na Agen<strong>da</strong> 21 75 .<br />

Apresentado <strong>no</strong> encerramento, o Pla<strong>no</strong> de Implementação descreveu<br />

sintomas <strong>da</strong> distância entre a intenção dos textos internacionais e os gestos<br />

<strong>da</strong>s nações. Em 1972, lembra o texto, a Conferência de Estocolmo conclamara<br />

os países ao combate à deterioração ambiental. Em 1992, a Rio 92 resultou<br />

em compromissos práticos para alcançar o Desenvolvimento Sustentável. Em<br />

2002, anunciava-se a frustração pelo que não havia sido feito:<br />

• Desafios sem reposta: erradicação <strong>da</strong> pobreza, mu<strong>da</strong>nça dos padrões<br />

de produção e consumo, e manejo sustentável dos recursos naturais – listados<br />

<strong>no</strong>s documentos como base para o desenvolvimento sustentável – ain<strong>da</strong> eram<br />

sonhos.<br />

• Barreira social: a distância entre ricos e pobres, entre o mundo<br />

desenvolvido e o em desenvolvimento, continuavam como barreiras na busca<br />

<strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong>de, segurança e estabili<strong>da</strong>de globais;<br />

• Natureza ameaça<strong>da</strong>: a per<strong>da</strong> de biodiversi<strong>da</strong>de, o aumento <strong>da</strong><br />

desertificação, <strong>da</strong> poluição do ar, <strong>da</strong> água doce e dos ocea<strong>no</strong>s, e as mu<strong>da</strong>nças<br />

climáticas, que aumentam a incidência de desastres naturais, estavam ca<strong>da</strong> vez<br />

mais evidentes.<br />

• Perigos <strong>da</strong> globalização: a integração dos mercados e a mobili<strong>da</strong>de<br />

do capital, tidos como promessas para o desenvolvimento sustentável, haviam<br />

acentuado a desigual<strong>da</strong>de na repartição de custos e benefícios.<br />

104

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!