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Os Diferentes Matizes da Educação Ambiental no Brasil

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ALÉM DO CLIMA...<br />

Já se sabia, em 2007, que assuntos polêmicos seriam levantados por<br />

delega<strong>da</strong>s/os <strong>da</strong> III CNMA, em 2008, em paralelo ao debate do tema central,<br />

<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas. Um desses temas seria o início <strong>da</strong>s obras pela<br />

transposição do Rio São Francisco, esse rio que nasce na Serra <strong>da</strong> Canastra<br />

(MG), percorre 2,8 mil quilômetros até desaguar na praia do Peba (AL).<br />

Aqui, <strong>no</strong>vamente, a dicotomia. De um lado, manifestos contra as obras,<br />

interpretando que elas atenderiam interesses de grandes empreendimentos<br />

econômicos, em detrimento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e quanti<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águas para a<br />

população, e alertando para a existência de projetos alternativos, mais baratos<br />

e abrangentes, inclusive o Atlas Nordeste, elaborado pela Agência Nacional<br />

de Águas (ANA), com soluções para 34 milhões de pessoas, <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des<br />

<strong>no</strong>rdestinas. 171 O gasto de energia para recalcar (levar de baixo para cima) a<br />

água <strong>no</strong> processo de transposição – a um custo que elevaria o preço <strong>da</strong> água<br />

– somado à redução <strong>da</strong> vazão do rio, que prejudicaria a produção energética<br />

na usina hidrelétrica em Paulo Afonso, estavam entre os problemas técnicos<br />

apontados. De outro lado, setores defendendo a transposição como saí<strong>da</strong> para<br />

abastecer milhões de <strong>no</strong>rdestinas/os. Na II CNMA um abaixo-assinado firmara<br />

posição contra a transposição.<br />

Símbolo <strong>da</strong> integração nacional, o Rio São Francisco e seus afluentes<br />

foram degra<strong>da</strong>dos <strong>no</strong> decorrer <strong>da</strong> história pelo desmatamento <strong>da</strong>s margens,<br />

assoreamento <strong>da</strong>s águas, poluição por agrotóxicos e esgoto, entre outros, fazendo<br />

cair o volume e a quali<strong>da</strong>de de suas águas. Agora, a proposta de transposição<br />

dividia também os estados <strong>no</strong>rdesti<strong>no</strong>s. Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte<br />

– que se tornariam receptores <strong>da</strong>s águas transpostas – concentraram posições<br />

em favor <strong>da</strong>s obras. Na direção inversa, Bahia, Sergipe, Alagoas e Minas Gerais<br />

– que seriam doadores <strong>da</strong>s águas do rio – posicionaram-se contra. Uma forte<br />

reivindicação era pela revitalização, antes de uma eventual transposição.<br />

Vale dizer que o gover<strong>no</strong> federal já criara um programa nesse sentido, <strong>no</strong><br />

qual a EA foi defini<strong>da</strong> como um dos componentes. Por meio desse programa,<br />

e por encomen<strong>da</strong> do MMA e Ibama, em maio de 2007 sairiam os resultados<br />

do Censo Estrutural <strong>da</strong> Pesca Continental <strong>no</strong>s Estados <strong>da</strong> Bacia do Rio São<br />

Francisco. Seus <strong>da</strong>dos dão uma dimensão <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des ribeirinhas. Nos cinco<br />

estados cortados pelo rio, contaram-se quase 17,9 mil embarcações pesqueiras.<br />

A grande maioria era de barcos a remo. Só um em ca<strong>da</strong> seis (15,7%) era movido<br />

a motor.<br />

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