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Os Diferentes Matizes da Educação Ambiental no Brasil

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Efeitos colaterais <strong>da</strong>s guerras<br />

Em 19 de março de 2003, o início dos bombardeios <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s contra<br />

o Iraque se sobrepôs aos demais temas <strong>no</strong>s <strong>no</strong>ticiários de todos os veículos de<br />

comunicação. Como justificativa oficial <strong>da</strong> “guerra do Iraque”, as supostas evidências<br />

de um programa nuclear do país árabe que, a<strong>no</strong>s depois, provou-se serem falsas.<br />

Autori<strong>da</strong>des dos EUA associavam esse “perigo nuclear” com possíveis ataques<br />

terroristas internacionais.<br />

Por trás desse pretexto, interesses econômicos pelo petróleo e uma conflituosa<br />

relação entre grupos étnicos e religiosos na região. Entre os principais aliados do<br />

gover<strong>no</strong> <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong> naquele momento, estavam Inglaterra, Itália, Espanha e<br />

Polônia. A promessa de uma guerra de curta duração não se cumpriu 84 .<br />

Em muitos países, inclusive <strong>Brasil</strong>, houve um crescente clamor contra a guerra,<br />

que tiraria o então presidente Sad<strong>da</strong>m Hussein do poder, e a própria vi<strong>da</strong>, mas<br />

instalaria o caos social <strong>no</strong> país. Além de dezenas de milhares de mortes (a tabela<br />

desse quadro traz apenas os registros oficiais), foram destruídos importantes bens<br />

históricos e naturais, bairros inteiros em algumas ci<strong>da</strong>des, bem como obras de infraestrutura,<br />

com efeitos sobre a eco<strong>no</strong>mia local, meio de vi<strong>da</strong> para a população, e<br />

sobre o meio ambiente ain<strong>da</strong> mal dimensionados.<br />

Na época, o Programa de Meio Ambiente <strong>da</strong> ONU (Pnuma) realizava estudos,<br />

às vezes em parceria com outras organizações, sobre efeitos colaterais de conflitos<br />

armados: 1- Na Guerra do Golfo, manchas de petróleo espalha<strong>da</strong>s <strong>no</strong> mar<br />

mataram pelo me<strong>no</strong>s 20 mil aves marinhas, houve poluentes incêndios <strong>no</strong>s campos<br />

de petróleo, e o uso <strong>da</strong>s armas radioativas de urânio empobrecido teria efeito<br />

canceríge<strong>no</strong> ain<strong>da</strong> não bem conhecido; 2- No ataque dos EUA ao Afeganistão,<br />

em 2001, usaram-se as mesmas armas de urânio; 3- Nos conflitos em territórios<br />

palesti<strong>no</strong>s ocupados por Israel, e na guerra entre sérvios e albaneses em Kosovo<br />

(ex-Iugoslávia) em 1999 – quando, aliás, bombardeios seletivos <strong>da</strong> Organização do<br />

Tratado do Atlântico Norte (Otan) liberaram substâncias tóxicas <strong>no</strong> ambiente –<br />

restou um grande número de minas terrestres.<br />

Em 2003, a ONU estimava em dez milhões o número de minas terrestres<br />

<strong>no</strong> mundo. Camboja, por exemplo, teria cerca de cem para ca<strong>da</strong> 2,5 quilômetros<br />

quadrados. Marcas de guerras que permanecem após o conflito, afetando seres<br />

huma<strong>no</strong>s e os demais seres vivos que habitam <strong>no</strong> local, mesmo bem depois <strong>da</strong>s<br />

armas bélicas silenciarem 85 .<br />

• Sustentabili<strong>da</strong>de. “é preciso afastar de <strong>no</strong>sso horizonte a idéia<br />

equivoca<strong>da</strong> de que a defesa de <strong>no</strong>ssos ecossistemas seja algo incompatível com<br />

o desenvolvimento”.<br />

A eles, juntar-se-ia a diretriz do fortalecimento do Sistema Nacional do Meio<br />

Ambiente (Sisnama), entendido <strong>no</strong> seu sentido mais amplo de reunir todos os<br />

atores sociais nesta área.<br />

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