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Os Diferentes Matizes da Educação Ambiental no Brasil

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Novo debate lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong><br />

Estava-se, em 2006, em plena Déca<strong>da</strong> de <strong>Educação</strong> para o Desenvolvimento<br />

Sustentável (EDS). Mas como garantir sua implementação na América Latina? Em<br />

tor<strong>no</strong> dessa questão, outra reunião internacional foi organiza<strong>da</strong> pelo Centro <strong>da</strong> Carta<br />

<strong>da</strong> Terra para EDS <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Paz, com apoio de Unesco, Pnuma, Instituto<br />

Paulo Freire, entre outras organizações. O evento atraiu para San José, capital <strong>da</strong><br />

Costa Rica, cerca de 140 profissionais de vinte países lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong>s, além <strong>da</strong><br />

Espanha e EUA. Eram majoritariamente educadoras/es ambientais, provenientes<br />

de ministérios <strong>da</strong> educação, do meio ambiente, ongs, universi<strong>da</strong>des. Mas também<br />

havia pessoas do segmento empresarial.<br />

Como estrutura, o encontro contou com a apresentação de experiências<br />

exitosas em vários países, e discussões em quatro temas, em grupos de trabalho:<br />

1- <strong>Educação</strong> Superior (universi<strong>da</strong>de), 2- <strong>Educação</strong> Formal (escola), 3- EA Não-<br />

Formal (juventude, ongs, comuni<strong>da</strong>de), e 4- <strong>Educação</strong> <strong>no</strong> setor privado (âmbito<br />

empresarial). As conclusões, previu-se desde o início, seriam sistematiza<strong>da</strong>s num<br />

único documento, submetido à aprovação na plenária final.<br />

No entanto, foi o segundo documento apresentado nessa plenária que despertou<br />

polêmica entre educadoras/es ambientais. Trata-se de uma proposta oficial <strong>da</strong>s/os<br />

participantes para uma estratégia de implementação <strong>da</strong> Déca<strong>da</strong> <strong>da</strong> EDS na América<br />

Latina. Um relato <strong>da</strong>s/os brasileiras/os presentes à reunião revelou o ponto <strong>da</strong><br />

discórdia: a intencionali<strong>da</strong>de para que a Carta <strong>da</strong> Terra fosse legitima<strong>da</strong> como único<br />

texto de referência para a implementação Déca<strong>da</strong> <strong>da</strong> EDS na região, ig<strong>no</strong>rando<br />

outros documentos de peso internacional, como o Tratado de <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong><br />

para Socie<strong>da</strong>des Sustentáveis e Responsabili<strong>da</strong>de Global e o Manifesto pela Vi<strong>da</strong>.<br />

Basta reproduzir um trecho do relato, para compreender o drama: “Apenas<br />

o primeiro documento (obs.: Tratado de EA) foi incorporado, e mesmo assim,<br />

sem o destaque que ganhou a Carta <strong>da</strong> Terra. A esse respeito, é importante frisar<br />

que é necessário distinguir dois movimentos: um que diz respeito à inquestionável<br />

necessi<strong>da</strong>de de se difundir e utilizar pe<strong>da</strong>gogicamente a Carta <strong>da</strong> Terra, outro,<br />

questionável, que é considerar apenas a Carta <strong>da</strong> Terra como um único documento<br />

de referência para a implementação <strong>da</strong> Déca<strong>da</strong> <strong>no</strong> continente”.<br />

Não foi a única polêmica. Segundo o relato brasileiro, houve o “esquecimento”,<br />

<strong>no</strong> mesmo documento final, de uma menção ao Programa Lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong> e<br />

Caribenho de <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> (Placea), mecanismo de articulação institucional<br />

e cooperação regional estabelecido em 2005 152 . Além disso, o texto indicou que a<br />

EA vivia um “um momento de letargia na América Latina (..) fato que despertou<br />

indignações na platéia durante a plenária final, pois se suspeita que com essa narrativa<br />

se tenha a intenção de facilitar a transição do vocábulo ‘educação ambiental’ para o<br />

‘educação para o desenvolvimento sustentável’.” 153<br />

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