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Os Diferentes Matizes da Educação Ambiental no Brasil

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“Não raras vezes” – confessa a especialista – “é difícil posicionar-se pelas<br />

sen<strong>da</strong>s dos <strong>no</strong>mes que buscam categorizar, qualificar, adjetivar a educação<br />

ambiental e aí encontrar um lugar para habitar”. Ao mesmo tempo, ela comenta<br />

ter ficado impossível “traduzir ou reduzir as múltiplas orientações numa<br />

única educação ambiental: uma espécie de esperanto ou pensamento único<br />

ambiental”.<br />

A pensadora também se manifesta contra quem rejeita o casamento do<br />

substantivo educação com o adjetivo ambiental, com o “velho argumento” de<br />

que “to<strong>da</strong> educação é ambiental, assim, to<strong>da</strong> educação ambiental é simplesmente<br />

educação”. Ao contrário, diz ela, a educação “constitui uma arena, um espaço<br />

social que abriga uma diversi<strong>da</strong>de de práticas de formação de sujeitos”.<br />

<strong>Ambiental</strong>, portanto torna-se um diferencial necessário, <strong>da</strong> mesma forma que<br />

o adjetivo crítica após essas duas palavras – <strong>no</strong> caso <strong>da</strong> vertente EA crítica<br />

– marca o encontro entre a EA e o pensamento crítico “enquanto projeto<br />

educativo que pretende transformar a socie<strong>da</strong>de”.<br />

A mesma idéia, de que não dá mais para entender a EA “<strong>no</strong> singular, como<br />

um único modelo alternativo de educação que simplesmente complementa<br />

uma educação convencional, que não é ambiental”, também está <strong>no</strong> capítulo<br />

introdutório do relatório <strong>da</strong> CGEA/MEC 2003-2006. Com base num estudo<br />

de 2002 do próprio Layrargues, que abordou a diversi<strong>da</strong>de de posturas <strong>no</strong><br />

campo ambiental, e seu reflexo na EA 157 , mas também citando especialistas<br />

como Mauro Guimarães e Carlos Frederico Loureiro, o texto descreve um salto<br />

<strong>no</strong> tempo: de um passado em que era necessário trabalhar pela inserção <strong>da</strong><br />

dimensão ambiental na educação que “desconsiderava o entor<strong>no</strong> biofísico”,<br />

chegou-se ao tempo em que – com essa dimensão incorpora<strong>da</strong> – a priori<strong>da</strong>de<br />

tor<strong>no</strong>u-se qualificar a EA.<br />

Nessa direção, a partir do final dos a<strong>no</strong>s 80, historia o capítulo, nasceram<br />

a alfabetização ecológica (Orr, 1992), a educação para a sustentabili<strong>da</strong>de<br />

(O’Rior<strong>da</strong>n, 1989; IUCN, 1993), a educação para o desenvolvimento sustentável<br />

(Neal, 1995), a educação <strong>no</strong> processo de gestão ambiental (Quintas & Gual<strong>da</strong>,<br />

1995), a ecope<strong>da</strong>gogia (Gadotti, 1997).<br />

Num mundo dinâmico, se as práticas se diversificam, também logo surgem<br />

estudos para classificar as tendências. Ain<strong>da</strong> em 1995, informa o relatório<br />

<strong>da</strong> CGEA/MEC, identificou-se quatro vertentes <strong>da</strong> EA pratica<strong>da</strong> <strong>no</strong> país:<br />

a conservacionista, a educação ao ar livre, a gestão ambiental e a eco<strong>no</strong>mia<br />

ecológica.<br />

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