14.10.2014 Views

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

112<br />

O PRISMA ATLÂNTICO COMO PONTO DE PARTIDA: A REORIENTAÇÃO DA PRODUÇÃO<br />

HISTORIOGRÁFICA BRASILEIRA ACERCA DO TRÁFICO TRANSATLÃNTICO DE<br />

ESCRAVOS E DA POLÍTICA EXTERNA IMPERIAL 1<br />

Gilberto da Silva Guizelin<br />

Mestran<strong>do</strong> <strong>do</strong> PPGHS/UEL<br />

Bolsista CAPES<br />

gilmax38@hotmail.com<br />

RESUMO: A década <strong>de</strong> 1980 representou, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, um momento <strong>de</strong> inflexão para a<br />

historiografia brasileira. Ao alcançar um novo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> amadurecimento, com base em múltiplas<br />

e diferentes abordagens teóricas e meto<strong>do</strong>lógicas, a historiografia nacional passou por uma<br />

profunda reavaliação <strong>de</strong> seus principais paradigmas. Po<strong>de</strong>-se afirmar que os estu<strong>do</strong>s centra<strong>do</strong>s<br />

na análise <strong>do</strong>s episódios mais célebres e conheci<strong>do</strong>s da História nacional, o tráfico negreiro<br />

realiza<strong>do</strong> entre a África e o Brasil em mais <strong>de</strong> 300 anos <strong>de</strong> comércio escravagista, foram <strong>do</strong>s que<br />

mais se enriqueceram. Mas outros campos <strong>de</strong> pesquisa, antes pouco vislumbra<strong>do</strong>s ou aborda<strong>do</strong>s,<br />

também foram beneficia<strong>do</strong>s. A evolução <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s volta<strong>do</strong>s à investigação <strong>do</strong>s caminhos<br />

percorri<strong>do</strong>s pela política externa nacional é um bom exemplo disto. Neste trabalho visamos<br />

apresentar a perspectiva fornecida pelo prisma atlântico, ou seja, <strong>de</strong> uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise,<br />

interpretação e escrita da história baseada na associação direta entre história, tempo e espaço.<br />

Mais precisamente, como os acontecimentos, processos e fenômenos encerra<strong>do</strong>s e<br />

compartilha<strong>do</strong>s, especificamente, entre as comunida<strong>de</strong>s margeadas pelo Atlântico inferiram<br />

nessas duas áreas historiográficas – sobre o tráfico negreiro e acerca da política externa nacional<br />

– que em um trabalho maior ainda em <strong>de</strong>senvolvimento encontram-se entrecruzadas.<br />

Palavras-chave: Prisma Atlântico; Tráfico Transatlântico <strong>de</strong> Escravos; Política Externa Imperial.<br />

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES<br />

No presente trabalho centramos nossas atenções em um <strong>do</strong>s assuntos mais célebres da<br />

História <strong>do</strong> Brasil – o tráfico transatlântico <strong>de</strong> escravos – junto com um <strong>do</strong>s temas mais<br />

vislumbra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> atual momento pelo qual passa a historiografia nacional – a política externa<br />

imperial. O elo teórico, meto<strong>do</strong>lógico, enfim, analítico que une a temática é a relação próxima que<br />

suas respectivas publicações <strong>de</strong>senvolveram nos últimos anos com as perspectivas investigativas<br />

levantadas pelos Estu<strong>do</strong>s Atlânticos. Em outras palavras, por uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrita da<br />

história centrada na historicização <strong>do</strong>s fatos, fenômenos e/ou personagens pertencentes, atuantes<br />

e circunscritos ao ―Mun<strong>do</strong> Atlântico‖ 2 .<br />

A relação entre a produção acerca <strong>do</strong> comércio escravista oceânico e os paradigmas<br />

atlânticos não é difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitar. Trata-se <strong>de</strong> um esforço cada vez mais aparente em localizar,<br />

investigar e trazer luz experiências e interconexões <strong>de</strong> gentes, episódios e/ou fenômenos até<br />

1 Este trabalho correspon<strong>de</strong> a uma pesquisa maior ainda em <strong>de</strong>senvolvimento e intitulada O Comércio <strong>de</strong><br />

Almas e a Política Externa Imperial: A Diretriz Atlântico-Africana da Diplomacia Brasileira, 1822-1856,<br />

orienta<strong>do</strong> pelo professor José Miguel Arias Neto.<br />

2 Acerca da noção <strong>de</strong> ―Mun<strong>do</strong> Atlântico‖ ver: THORNTON, John. A África e os africanos na formação <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> atlântico, 1400-1800. Tradução <strong>de</strong> Marisa Rocha Motta – Rio <strong>de</strong> Janeiro: Elsevier/Editora Campus,<br />

2004. Sobretu<strong>do</strong> as páginas 41 à 43.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!