14.10.2014 Views

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

645<br />

Acreditamos que em to<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> interação professor - alunos,<br />

alunos- alunos, e escola – família, por exemplo, dá-se a construção,<br />

manutenção ou a ressignificação <strong>do</strong>s valores morais, das normas sexuais<br />

e <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os significa<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s às questões da sexualida<strong>de</strong> [...] 5<br />

To<strong>do</strong>s nós somos educa<strong>do</strong>s sexualmente ao longo <strong>de</strong> toda nossa vida, como já cita<strong>do</strong>,<br />

escolhi trabalhar com a<strong>do</strong>lescentes entre 14 e 15 anos, matricula<strong>do</strong>s no primeiro colegial <strong>do</strong><br />

colégio Aplicação no município <strong>de</strong> Londrina no Paraná, pois creio que a fase da ―a<strong>do</strong>lescência‖,<br />

está marcada pelas transformações nas várias dimensões psicossociais e culturais, on<strong>de</strong> o jovem<br />

busca e confronta sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal, sexual e social. É nessa fase da vida que fica mais<br />

visível, a incorporação <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> e feminilida<strong>de</strong> e será nesse contexto que se<br />

forjam as relações sociais entre os sexos, ou seja, as relações <strong>de</strong> gênero, que vão dar forma e<br />

significa<strong>do</strong> às atitu<strong>de</strong>s e práticas como homem ou mulher, suas interações sexuais, idéias e<br />

representações sobre a sexualida<strong>de</strong> e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual.<br />

A escola como âmbito <strong>de</strong> vivência <strong>do</strong>s alunos, seus referenciais i<strong>de</strong>ológicos, o convívio<br />

entre os alunos, é o meio para enten<strong>de</strong>rmos a compreensão da construção <strong>de</strong> gênero e um meio<br />

<strong>de</strong> sermos sujeitos da nossa própria sexualida<strong>de</strong>, autônomo <strong>de</strong> nossas i<strong>de</strong>ias, <strong>do</strong> corpo, enfim <strong>de</strong><br />

nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> com sujeitos.<br />

A instituição educacional na nossa socieda<strong>de</strong>, ou seja, a escola institui-se como uma<br />

agência <strong>de</strong> treinamento das crianças e a<strong>do</strong>lescentes com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas<br />

sócio–culturais e tecnológicas que emergem no país, agin<strong>do</strong> na maioria das vezes <strong>de</strong> maneira<br />

inconsistente, inoperante e discrimina<strong>do</strong>ra. Deixan<strong>do</strong> assim <strong>de</strong> ser um lugar <strong>de</strong> abertura ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento individual, afetivo e emocional e <strong>de</strong> auto – realização para o indivíduo.<br />

A escola com sua tarefa fundamental <strong>de</strong> educar seres humanos em <strong>de</strong>senvolvimento, tanto<br />

crianças quanto a<strong>do</strong>lescentes, torna-se um objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> ao perceber-se como reflexo da<br />

mentalida<strong>de</strong> social, cultural e política da socieda<strong>de</strong> vigente.<br />

Temos a intenção <strong>de</strong> problematizar o espaço e a educação escolar, como um lugar on<strong>de</strong><br />

―apren<strong>de</strong>mos‖ a ocupar e reconhecer nossos lugares sociais, através <strong>de</strong> diferentes e conflitantes<br />

formas <strong>de</strong> conceber e <strong>de</strong> viver o gênero e a sexualida<strong>de</strong>, homogeneizan<strong>do</strong> a maneira <strong>de</strong> se<br />

conhecer o ―eu‖ e o ―outro‖. Ou seja, a escola <strong>de</strong>limitará espaços, apontan<strong>do</strong> aqueles (as) a serem<br />

mo<strong>de</strong>los, permitin<strong>do</strong> também, que os sujeitos se reconheçam ou não nesses mol<strong>de</strong>s e caso não<br />

haja esse reconhecimento, ela se torna mais <strong>do</strong> que discriminatória, mas também insuficiente (no<br />

sentin<strong>do</strong> <strong>de</strong> abrangência das diferenças), incompetente e ineficaz.<br />

Guacira Lopes Louro aponta em seus livros, a idéia da escola como um espaço das<br />

construções das diferenças, ou seja:<br />

Diferença, distinções, <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s... A escola enten<strong>de</strong> disso. Na<br />

verda<strong>de</strong>, a escola produz isso. Des<strong>de</strong> seus inícios, a instituição escolar<br />

5 FiGUEIRÓ, Mary Nei<strong>de</strong> Damico. Educação Sexual: Como ensinar no espaço da escola. In: <strong>Anais</strong> <strong>do</strong> I<br />

Congresso <strong>de</strong> Educação Inclusiva. São Paulo. 2003, p. 1-2

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!