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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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território <strong>de</strong>veria ser re<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> para efeito <strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> guerra. As idéias <strong>de</strong> Con<strong>do</strong>leeza Rice<br />

foram amplamente aceitas por Bush, em seu discurso realiza<strong>do</strong> no dia 30 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2002, ao<br />

afirmar na época que os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s <strong>de</strong>tinham o direito <strong>de</strong> realizar ataques preventivos contra<br />

países que estivessem <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> armas que ameaçassem a sua segurança. Seria o caso <strong>do</strong><br />

Iraque.<br />

As ações <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s no cenário mundial sempre objetivaram intervir em países<br />

on<strong>de</strong> os conflitos ou crises coloquem em risco os interesses estaduni<strong>de</strong>nses. Mesmo a Doutrina<br />

Powell ter si<strong>do</strong> substituída nas relações internacionais, vale mencionar que na área militar ela<br />

ainda permanece no interior da Doutrina Bush. A Invasão ilegal <strong>do</strong> Iraque pelos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />

em 2003, e a preocupação constante da opinião pública estaduni<strong>de</strong>nse com a questão das baixas<br />

são fortes indícios da manutenção da essência da Doutrina Powell.<br />

Os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, com base na Doutrina Bush, então intensificaram várias ações<br />

militares <strong>de</strong> caráter preventivo, isto é, fez uso da chamada guerra preventiva para se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem<br />

<strong>de</strong> qualquer ameaça a sua segurança nacional. Lamentavelmente, o governo <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte<br />

George Walker Bush passou a usar um discurso <strong>de</strong> cunho religioso, leia-se cristão, contra o<br />

chama<strong>do</strong> eixo <strong>do</strong> mal (Iraque, Irã e Coréia <strong>do</strong> Norte) 21 .<br />

Na área econômica a Doutrina Bush era contraditória, pois <strong>de</strong>fendia um forte<br />

protecionismo ao merca<strong>do</strong> interno, principalmente nos setores mais frágeis em termos<br />

competitivos <strong>de</strong> sua economia, como o agrícola e o industrial e também um liberalismo extremo,<br />

através da livre circulação <strong>de</strong> capitais e a redução <strong>do</strong>s tributos às empresas e grupos mais ricos<br />

<strong>do</strong> país.<br />

E foi quan<strong>do</strong> a Doutrina Bush ainda estava sen<strong>do</strong> aplicada, mormente na política externa<br />

estaduni<strong>de</strong>nse, que começou a nascer uma outra <strong>do</strong>utrina: a Rumsfeld.<br />

Des<strong>de</strong> o fim da Guerra Fria os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s têm vivencia<strong>do</strong> contínuas mudanças no seu<br />

pensamento tático para travar guerra. Atualmente, os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s parecem caminhar segun<strong>do</strong><br />

João Fábio Bertonha, para um novo paradigma militar, consubstancia<strong>do</strong> pela Doutrina Rumsfeld.<br />

Não se trata <strong>de</strong> uma transformação no mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> ver a guerra por Washington, com raízes no<br />

mo<strong>de</strong>lo oci<strong>de</strong>ntal, mas <strong>de</strong> uma nova forma <strong>de</strong> operacionalização militar 22 .<br />

Contu<strong>do</strong>, o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> agir <strong>do</strong>s pensa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Pentágono se modificou consi<strong>de</strong>ravelmente a<br />

partir da década <strong>de</strong> 1970 <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ocorrência <strong>de</strong> <strong>do</strong>is fatos: o primeiro foi a Guerra <strong>do</strong> Vietnã e o<br />

segun<strong>do</strong>, foi a certeza <strong>de</strong> que uma guerra com a União Soviética, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a velha forma <strong>de</strong><br />

guerrear, po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>sastrosa para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a gran<strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong><br />

numérica soviética.<br />

21 MUNHOZ, Sidnei José. Apontamentos para uma reflexão sobre política imperial e conflitos internacionais<br />

relaciona<strong>do</strong>s aos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (<strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XIX ao tempo presente). In: VI Encontro Nacional <strong>de</strong><br />

Estu<strong>do</strong>s Estratégicos, 2006, Rio <strong>de</strong> Janeiro. VI Encontro Nacional <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Estratégicos – apresentação<br />

<strong>do</strong>s Conferencistas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Serviço <strong>de</strong> Documentação da Marinha, 2006. p. 91.<br />

22 Ver a obra: BERTONHA, João Fábio. ―A Doutrina Rumsfeld: Novo paradigma da guerra mo<strong>de</strong>rna?‖. In: A<br />

Defesa Nacional. Rio <strong>de</strong> Janeiro, set/out/nov/<strong>de</strong>z 2003, ano LXXXIX, n. 797: pp.179.

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