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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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219<br />

<strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s grupos: aqueles que seguiam uma cartilha mais próxima ao fascismo e eram<br />

capitanea<strong>do</strong>s por Plínio Salga<strong>do</strong>s e outro grupo que era forma<strong>do</strong> por membros <strong>do</strong> monarquismo<br />

patrionovista e que foram se afastan<strong>do</strong> gradativamente da organização. Desta maneira, o<br />

fascismo passa a configurar-se como aspecto prepon<strong>de</strong>rante <strong>de</strong>ntro da SEP em seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

atuação e confirma o relativo <strong>de</strong> Plínio Salga<strong>do</strong> em reunir diversos intelectuais e políticos<br />

dispersos, muitos <strong>de</strong>les que já haviam participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> semelhantes grupos anteriores.<br />

No dia 6 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1932, ocorre a terceira reunião da SEP. Nesta, Plínio Salga<strong>do</strong> sugere<br />

a criação <strong>de</strong> uma seção subordinada e paralela à SEP, com objetivo <strong>de</strong> ampliar <strong>de</strong> forma prática<br />

(ação) a educação nos mol<strong>de</strong>s <strong>do</strong> grupo, <strong>de</strong> uma maneira mais acessível e abrangente,<br />

possibilitan<strong>do</strong> assim a formação <strong>de</strong> uma consciência acerca <strong>do</strong>s problemas nacionais.<br />

Contrarian<strong>do</strong> a posição <strong>de</strong> alguns membros, como Cândi<strong>do</strong> Motta Filho (que <strong>de</strong>fendia que a SEP<br />

<strong>de</strong>veria conservar o caráter unicamente cultural <strong>do</strong> movimento), Salga<strong>do</strong> obtém apoio da gran<strong>de</strong><br />

maioria <strong>do</strong>s membros SEP e consegue fundar a Ação Integralista Brasileira (AIB), conhecida<br />

como maior movimento político fascista existente no Brasil no Século XX e também, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com Cavalari 3 , o primeiro movimento político mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> massas <strong>do</strong> país.<br />

A partir <strong>do</strong>s últimos meses <strong>de</strong> 1932, Plínio Salga<strong>do</strong> em companhia <strong>de</strong> alguns integrantes<br />

da AIB, passam a fazer campanhas <strong>de</strong> disseminação <strong>do</strong> i<strong>de</strong>al integralista, buscan<strong>do</strong> arregimentar<br />

militantes e simpatizantes, Brasil afora, sobretu<strong>do</strong> jovens, para formar o que seria a base<br />

intelectual <strong>do</strong> movimento integralista. No início <strong>de</strong> 1933 ocorre a filiação daqueles que se<br />

consolidariam como principais nomes <strong>do</strong> integralismo além <strong>do</strong> Chefe Nacional Plínio Salga<strong>do</strong>:<br />

Miguel Reale (futuro Chefe <strong>de</strong> Doutrina Integralista) e Gustavo Barroso (futuro Chefe das Milícias<br />

Integralistas).<br />

Gustavo Barroso, natural (1888) <strong>de</strong> Fortaleza (CE), quan<strong>do</strong> ingressou no integralismo em<br />

1933 já era nacionalmente conheci<strong>do</strong>, tanto pelas funções <strong>de</strong> jornalista (havia dirigi<strong>do</strong> uma<br />

importante revista da época - Fon!-Fon! - na então capital fe<strong>de</strong>ral), assim como no campo político,<br />

por ter ocupa<strong>do</strong> o cargo <strong>de</strong> <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> fe<strong>de</strong>ral entre 1915 e 1917 (eleito pelo Parti<strong>do</strong> Republicano<br />

Fe<strong>de</strong>ral). Além <strong>de</strong>stas atribuições, Barroso era também famoso por ser membro da Aca<strong>de</strong>mia<br />

Brasileira <strong>de</strong> Letras (ingresso em 1923) e também um <strong>do</strong>s i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Museu Histórico<br />

Nacional (1922).<br />

Miguel Reale, nasci<strong>do</strong> no ano <strong>de</strong> 1910 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Bento <strong>do</strong> Sapucaí (assim como o<br />

Chefe Nacional, embora ambos relatassem que não houvessem se conheci<strong>do</strong> até a experiência<br />

integralista), muda-se para São Paulo ainda jovem, passan<strong>do</strong> a estudar em um tradicional colégio<br />

da cida<strong>de</strong> (Dante Alighieri). Inclina<strong>do</strong> pelos seus pais a seguir a centenária tradição familiar<br />

profissional <strong>de</strong> médicos, Reale <strong>de</strong>siste da ambição paterna e ingressa na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito <strong>do</strong><br />

Largo <strong>de</strong> São Francisco (atualmente vinculada à USP), um <strong>do</strong>s mais importantes centros <strong>de</strong><br />

formação política e intelectual <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> no país. Influencia<strong>do</strong> pelo conturba<strong>do</strong> panorama político<br />

existente na capital paulista, Miguel Reale <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> se alistar nas forças paulistas que lutaram na<br />

3 CAVALARI, p. 28.

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