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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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153<br />

O texto finaliza convocan<strong>do</strong> os trabalha<strong>do</strong>res a ―engrossar as filas <strong>do</strong> exército proletário‖,<br />

pois somente com a união o ―polvo social que cravan<strong>do</strong> seus tentáculos no lar operário‖, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong><br />

semeadas a miséria, a tuberculose, a prostituição e a ruína, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong>:<br />

Companheiro! Tenhamos firmeza na união <strong>do</strong>s explora<strong>do</strong>s, fé<br />

no porvir e <strong>de</strong>monstremos à burguesia e ao Esta<strong>do</strong> que estamos dispostos a<br />

que este ano seja <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iras reivindicações e conquistas e assim<br />

<strong>de</strong>monstraremos ao mun<strong>do</strong> burguês que sempre chega a data <strong>do</strong> 1º <strong>de</strong> maio<br />

entrincheira<strong>do</strong>s em nossas invencíveis posições fazemos retroce<strong>de</strong>r anos<br />

nossos inimigos, répteis que alimentam <strong>do</strong> sangue operário, <strong>do</strong> nosso<br />

sangue. 10<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

As comemorações <strong>do</strong> Primeiro <strong>de</strong> Maio no Brasil, durante o perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>, foram<br />

caracterizadas por divergências, tanto em sua interpretação quanto na forma <strong>de</strong> marca a data.<br />

Porém, to<strong>do</strong>s pareciam enten<strong>de</strong>r que o dia <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a confraternização <strong>do</strong> operaria<strong>do</strong>,<br />

com passeatas e comícios.<br />

Os anarquistas, pelo seu veículo <strong>de</strong> imprensa, A Voz <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r, se preocuparam em<br />

ensinar ao operaria<strong>do</strong> o verda<strong>de</strong>iro significa<strong>do</strong> da data, buscan<strong>do</strong> no passa<strong>do</strong> <strong>do</strong> movimento<br />

operário sua legitimação. Assim, <strong>de</strong>fendiam que o dia <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a paralisações,<br />

greves, reivindicação, con<strong>de</strong>nan<strong>do</strong> a forma como os operários inconscientes comemoram a data,<br />

por <strong>de</strong>sconhecerem o seu verda<strong>de</strong>iro significa<strong>do</strong>, ou motiva<strong>do</strong>s pelos governantes e socialistas.<br />

Mediante as pesquisas realizadas, foi possível compreen<strong>de</strong>r a preocupação <strong>do</strong> jornal em<br />

conscientizar o trabalha<strong>do</strong>r a respeito <strong>de</strong> sua condição <strong>de</strong> explora<strong>do</strong>, <strong>de</strong> vítima da socieda<strong>de</strong><br />

capitalista. A imprensa libertária ocupou um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> movimento operário, por<br />

propagar os i<strong>de</strong>ais libertários, pois, segun<strong>do</strong> a concepção anarquista, somente com a educação<br />

seria possível atingir a reforma social.<br />

Portanto, o Primeiro <strong>de</strong> Maio, mesmo apresentan<strong>do</strong> divergências em torno da sua forma <strong>de</strong><br />

representação, significou um <strong>do</strong>s mais importantes momentos <strong>de</strong> expressão e ampliação da<br />

consciência <strong>de</strong> classe, presente especialmente nos setores mais organiza<strong>do</strong>s <strong>do</strong> operaria<strong>do</strong>.<br />

10 A Voz <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r, Rio <strong>de</strong> Janeiro 1º <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1915, ano VIII – nº 70, p. 3.

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