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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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130<br />

sociais enfatizan<strong>do</strong> o elemento humano 25 . Percebe-se assim uma sutil, mas importante diferença<br />

entre as duas disciplinas na ênfase dada pela história ambiental à história e em contraste à ênfase<br />

dada pela ecologia histórica à ecologia.<br />

Worster traz um celebre dizer que, para to<strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r ambiental, <strong>de</strong>screve com quais<br />

preocupações a nova história funciona: ―A história ambiental trata <strong>do</strong> papel e <strong>do</strong> lugar da natureza<br />

na vida humana‖ 26 .<br />

A história ambiental para reconstruir os processos <strong>de</strong> mudanças da paisagem tem que<br />

dialogar com diversas áreas <strong>do</strong> conhecimento como as ciências naturais, geografia, antropologia,<br />

ecologia e etc. Mas o mais importante diálogo entre as disciplinas foi com a ecologia, tanto que<br />

alguns dizem praticar não história ambiental, mas a ―história ecológica― ou a ―ecologia histórica‖<br />

queren<strong>do</strong> pressupor uma aliança mais estreita com as ciências 27 .<br />

Gran<strong>de</strong> parte da história ambiental se <strong>de</strong>dica a examinar mudanças voluntarias ou<br />

forçadas, nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> relacionamento <strong>do</strong> ser humano com o entorno. Logo percebemos a<br />

importância <strong>de</strong> outras disciplinas como a antropologia para compreen<strong>de</strong>r a relação das culturas<br />

materiais com a natureza, estabelecen<strong>do</strong> um diálogo entre ecologia e economia. Portanto, a<br />

história ambiental na medida em que tenta <strong>de</strong>finir um méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />

humano, cria uma re<strong>de</strong> interdisciplinar com outras áreas <strong>do</strong> conhecimento ligan<strong>do</strong> a história<br />

natural à história social.<br />

Neste ponto a história ambiental conseguiu circunscrever algumas características<br />

meto<strong>do</strong>lógicas e analíticas, isto serve <strong>de</strong> resposta àqueles que dizem que esta nova especialida<strong>de</strong><br />

da história não teria um conceito próprio.<br />

Segun<strong>do</strong> Drummond estas características são divididas em cinco partes:<br />

A primeira é que quase todas as análises focalizam uma região com alguma<br />

homogeneida<strong>de</strong> ou i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> natural, o que <strong>de</strong>nota numa familiarida<strong>de</strong> com a história natural.<br />

A outra característica é o diálogo já referenda<strong>do</strong> com as ciências naturais. Os<br />

historia<strong>do</strong>res ambientais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m diretamente das ciências naturais para enten<strong>de</strong>r o<br />

funcionamento <strong>do</strong>s ecossistemas, os limites e o papel da ação humana <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stes.<br />

A terceira é a análise <strong>do</strong>s diferentes processos civilizatórios das socieda<strong>de</strong>s humanas e a<br />

apropriação diversificada <strong>do</strong>s recursos naturais úteis e inúteis durante estas distintas civilizações.<br />

A quarta característica é a valorização, aproveitamento e varieda<strong>de</strong> das fontes para o<br />

estu<strong>do</strong> da relação entre homem-natureza. Po<strong>de</strong>m ser usadas fontes da história econômica e<br />

social como: censos populacionais, econômicos, atas legislativas e jurídicas, crônicas, memórias,<br />

25 WORSTER, D. Para fazer história ambiental. In: Estu<strong>do</strong>s Históricos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: v. 4, n. 8, 1991, pp.<br />

200<br />

26 Ibdm, pp. 201.<br />

27 O cientista natural Al<strong>do</strong> Leopold falou <strong>de</strong> ―uma interpretação ecológica da história‖. Pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>, o<br />

historia<strong>do</strong>r James Malin, publicou uma serie <strong>de</strong> ensaios que apontavam para ―uma revisão ecológica da<br />

história <strong>do</strong>s EUA‖. Segun<strong>do</strong> Malin ―o ponto <strong>de</strong> vista ecológico acreditava ser valioso para o estu<strong>do</strong> da<br />

história, não sob a ilusão <strong>de</strong> que assim a história po<strong>de</strong>ria se converter numa ciência,mas apenas como uma<br />

maneira <strong>de</strong> ver o objeto e os processos da história‖. WORSTER, D. Para fazer história ambiental. In:<br />

Estu<strong>do</strong>s Históricos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: v. 4, n. 8, 1991, pp. 203-204.

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