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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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300<br />

É PROÍBIDO TRANSGREDIR:<br />

A RELAÇÃO DO PCB COM OS ARTISTAS E INTELECTUAIS COMUNISTAS (1945-1953)<br />

Tiago João José Alves 1<br />

Mestran<strong>do</strong> em História - Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá<br />

tiagojjalves@gmail.com<br />

RESUMO: A partir <strong>de</strong> 1945, o PCB abrigou em suas fileiras uma respeitável quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

intelectuais e artistas, eles encontravam no parti<strong>do</strong> um ambiente propício para encampar a luta<br />

pelo fim <strong>do</strong>s dilemas da humanida<strong>de</strong>. Ao reluzir o astro da <strong>de</strong>mocracia no país, ainda que<br />

brevemente, o PCB experimentou os aportes e vivências daqueles que rejeitavam o fascismo e o<br />

nazismo, <strong>do</strong>s que se interessavam pela libertação da ciência, da cultura, da arte, que almejavam o<br />

uso da racionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sprezavam a ―<strong>de</strong>cadência‖ da socieda<strong>de</strong> capitalista. O parti<strong>do</strong> viveu<br />

duas etapas, na primeira fase, <strong>de</strong> 1945 a 1947, a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> nomes respeitáveis foi expressiva,<br />

pois o PCB representava pioneirismo e criativida<strong>de</strong> em seu projeto artístico/cultural, emanan<strong>do</strong><br />

renovação estética aos olhos <strong>do</strong>s atentos observa<strong>do</strong>res. Na segunda fase, <strong>de</strong> 1947 a 1953, sofreu<br />

um duro êxo<strong>do</strong>: gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> contingente que havia ingressa<strong>do</strong> na organização aban<strong>do</strong>nou o<br />

parti<strong>do</strong>. Através da <strong>do</strong>utrina <strong>do</strong> Realismo Socialista, perspectiva que <strong>do</strong>minou os ambientes<br />

partidários comunistas, combinada às intransigências, ao enrijecimento e ao controle da produção<br />

<strong>de</strong> escritores e artistas, o parti<strong>do</strong> afastou aqueles que buscavam liberda<strong>de</strong> e renovação. No<br />

presente texto, preten<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstrar a relação <strong>do</strong> PCB com os ditames soviéticos no campo<br />

artístico/intelectual, e <strong>de</strong>monstrar os impactos <strong>de</strong>ssa absorção em sua relação com os<br />

esperançosos no projeto cultural <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>. Utilizo como fontes, os Jornais Voz Operária e A<br />

Classe Operária.<br />

PALAVRAS-CHAVE: PCB, Guerra Fria, Realismo Socialista<br />

Na década <strong>de</strong> 40, o PCB abrigou em suas fileiras uma boa e respeitável quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

intelectuais e artistas, eles encontravam no parti<strong>do</strong> um organismo útil para <strong>de</strong>baterem e<br />

encaminharem as lutas em <strong>de</strong>fesa das necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> povo.<br />

Depois <strong>de</strong> 1945, ao reluzir momentaneamente o astro da <strong>de</strong>mocracia no país, a a<strong>de</strong>são foi<br />

consi<strong>de</strong>rável. Os comunistas se tornaram um pólo <strong>de</strong> atração importante daqueles que rejeitavam<br />

o fascismo e o nazismo, <strong>do</strong>s que se interessavam pela libertação da ciência, da cultura, da arte,<br />

que almejavam o uso da racionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sprezavam a ―<strong>de</strong>cadência‖ da socieda<strong>de</strong> capitalista.<br />

O PCB viveu <strong>do</strong>is momentos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 45, na primeira fase, <strong>de</strong> 1945 a 1947, recebeu a<br />

a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> artistas e intelectuais, pois representou pioneirismo e originalida<strong>de</strong> no projeto cultural, o<br />

parti<strong>do</strong> vivia um momento <strong>de</strong> renovação estética; Na segunda fase, <strong>de</strong> 1947 a 1953, viveu o<br />

êxo<strong>do</strong> <strong>de</strong>sses mesmos homens e mulheres que haviam a<strong>de</strong>ri<strong>do</strong> ao parti<strong>do</strong>, pois o Realismo<br />

Socialista <strong>do</strong>minou o cenário <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> e afastou aqueles que buscavam liberda<strong>de</strong> e renovação 2 .<br />

Para termos dimensão da gran<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> artistas e intelectuais, po<strong>de</strong>mos citar alguns<br />

nomes significativos daqueles que experimentaram uma vivência orgânica revolucionária:<br />

Escritores – Jorge Ama<strong>do</strong>, Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Monteiro Lobato, Dalcídio Jurandir,<br />

1<br />

Bolsista da CAPES.<br />

2 MORAES, Denis <strong>de</strong>. O imaginário vigia<strong>do</strong>: a imprensa comunista e o realismo socialista no Brasil<br />

(1947-1953). Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ed. José Olympio, 1994, p. 138.

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