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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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evolução histórica, acabou geran<strong>do</strong> duas infâncias: (i) a infância escolafamília-comunida<strong>de</strong><br />

e (ii) a infância trabalho-rua-<strong>de</strong>lito. 14<br />

É interessante que em Tole<strong>do</strong> as instituições assistenciais, tinham uma preocupação em<br />

institucionalizar o a<strong>do</strong>lescente mesmo que ele estivesse trabalhan<strong>do</strong> na rua, pois, para as<br />

autorida<strong>de</strong>s ―eles estão se acostuman<strong>do</strong> a vida fácil nas ruas ao invés <strong>de</strong> trabalharem‖, contu<strong>do</strong><br />

ao serem institucionaliza<strong>do</strong>s acabam <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> as mesmas funções, porém, sob a<br />

orientação da instituição.<br />

O processo <strong>de</strong> mecanização da agricultura e inicio <strong>de</strong> uma industrialização <strong>de</strong>sloca os<br />

trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> rural para o urbano, além <strong>de</strong> vários outros migrantes que se instalam na cida<strong>de</strong>.<br />

De acor<strong>do</strong> com Schreiner (1997) a preferência das empresas agroindustriais era por trabalha<strong>do</strong>res<br />

rurais que se ―auto-reconheciam afeitos ao trabalho‖. Através das reportagens jornalísticas não é<br />

possível evi<strong>de</strong>nciar a origem social e étnica migratória <strong>do</strong>s infantes institucionaliza<strong>do</strong>s ou<br />

infratores ou ainda aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s, neste senti<strong>do</strong> o fórum da comarca <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> po<strong>de</strong> nos<br />

apresentar evi<strong>de</strong>ncias importantes sobre estes sujeitos, assim, nos trabalhos posteriores estarei<br />

investigan<strong>do</strong> os autos <strong>de</strong> investigação da infância e a<strong>do</strong>lescência (se me for concedida a<br />

permissão), para compreen<strong>de</strong>r com maior amplitu<strong>de</strong> os valores e as práticas em relação à infância<br />

e a<strong>do</strong>lescência na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong>. Neste senti<strong>do</strong> Neri e Oliveira em um artigo sobre a <strong>do</strong>utrina<br />

da situação irregular afirmam que há alguns entraves em relação ao acesso da fontes da justiça,<br />

que no meu enten<strong>de</strong>r, se os cientistas se comprometem com a ética na pesquisa e as<br />

prerrogativas <strong>do</strong> Estatuto da criança e <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente, não há porque barrar o acesso as fontes,<br />

ainda mais neste momento em que os discursos <strong>de</strong> transparência pública são tão dissemina<strong>do</strong>s<br />

no entanto eles afirmam:<br />

Alguns das dificulda<strong>de</strong>s em pesquisar assuntos correlaciona<strong>do</strong>s a infância<br />

e a<strong>do</strong>lescência é a dificulda<strong>de</strong> <strong>do</strong> acesso as fontes, pois há alguns<br />

entraves que se colocam ao pesquisa<strong>do</strong>r, como por exemplo, o segre<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

justiça, <strong>de</strong>ssa maneira, às vezes se torna complica<strong>do</strong> para os cientistas<br />

sociais: historia<strong>do</strong>res sociólogos e antropólogos subsidiarem os<br />

formula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> políticas públicas e a socieda<strong>de</strong> para projetar seu futuro,<br />

com estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s atuais que ajudariam na proposição <strong>de</strong><br />

medidas que perceba as práticas socioculturais como um processo<br />

construí<strong>do</strong> em meio a diversas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> socialização que vão das que<br />

propiciam a incorporação <strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática, como as<br />

<strong>de</strong> socialização perversas e assim pensar em intervenções não somente<br />

no extremo <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> construção <strong>do</strong> sujeito. Além disso, o<br />

conhecimento da práticas socioculturais da infância a<strong>do</strong>lescência <strong>de</strong>ve<br />

auxiliar os formula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> políticas públicas para que suas proposições<br />

vão ao encontro das necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s sujeitos sociais em questão. 15<br />

Aries (1978) já afirmou que a infância e a<strong>do</strong>lescência são categorias históricas em<br />

constante mutação e diversificação em uma mesma periodicida<strong>de</strong> histórica, sen<strong>do</strong> que as<br />

14 COSTA, 2006, p. 19, grifos <strong>do</strong> autor.<br />

15 (Neri e Oliveira, 2010;p. 10)

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