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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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212<br />

tradução <strong>de</strong> um artigo publica<strong>do</strong> em um jornal <strong>de</strong> Málaga, vemos que o jornal atribui à Hitler, um<br />

homem capaz, a tarefa <strong>de</strong> enfrentar o inimigo <strong>de</strong>strui<strong>do</strong>r universal, os ju<strong>de</strong>us 25 .<br />

O A Offensiva, em algumas notas, chegou a ver o Duce e Hitler como os salva<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

século. Para o autor da noticia veiculada no jornal no dia 22 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1934, nosso século<br />

soffre <strong>de</strong> uma moléstia que o clamor publico resolveu <strong>de</strong>nominar “crise mundial” [...] A crise ia<br />

levan<strong>do</strong> a humanida<strong>de</strong> pouco a pouco, em silencio quasi, se não fora o grito <strong>de</strong> alarme <strong>de</strong><br />

Mussolini e o bra<strong>do</strong> angustioso <strong>de</strong> Hitler [...] 26 .<br />

Entre os meses <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1934 e janeiro <strong>de</strong> 1935, o A Offensiva traz em<br />

praticamente todas as suas edições, notícias que visam informar o leitor sobre o Caso Sarre. Esse<br />

Caso girava em torno da disputa entre França e Alemanha pela região <strong>do</strong> Sarre, rica em minerais,<br />

que ao findar da Gran<strong>de</strong> Guerra fora ocupada pela Socieda<strong>de</strong> das Nações. Para o jornal, que se<br />

posiciona completamente ao la<strong>do</strong> da Alemanha, o Sarre <strong>de</strong>ve passar para o controle <strong>de</strong>ste país,<br />

pois este possui razões <strong>de</strong> facto, fundadas em consi<strong>de</strong>rações históricas, incontestáveis,<br />

econômicas e sociais. Enquanto que da parte da França há apenas razões <strong>de</strong> direito. O jornal<br />

prossegue, falan<strong>do</strong> que à exceção <strong>de</strong> três pequenos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ocupação, o Sarre sempre foi<br />

alemão e que a quasi totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua população possue língua e espírito alemão. Mais adiante,<br />

a notícia conclui que se a liberda<strong>de</strong> for respeitada, o Sarre voltará à Allemanha, <strong>de</strong>ssa forma, toda<br />

a questão, portanto, repousa nas condições em que se realizará o plebiscito [<strong>do</strong> dia 10 <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 1935] 27 .<br />

Ainda sobre o Caso Sarre, uma nota <strong>do</strong> dia 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1934, tenta mostrar,<br />

novamente, razões para que o Sarre volte para o controle da Alemanha. Mais uma vez, o jornal<br />

sai em <strong>de</strong>fesa da Alemanha, que é vítima <strong>de</strong> uma injustiça quan<strong>do</strong> tentam privá-la <strong>de</strong> um território<br />

que sempre fez parte <strong>de</strong> seu to<strong>do</strong>, tanto pela sua origem, como pela <strong>de</strong>scendência <strong>do</strong> seu povo<br />

allemão. Dessa vez, o periódico recorre às estatísticas para sua formular sua argumentação e<br />

mostrar que os alemães são um povo sem espaço. De acor<strong>do</strong> com o jornal, na Rússia há 6<br />

operários para cada km 2 , na França há 8 operários por km 2, nos E.U.A, 12 operários por km 2 , na<br />

Espanha, esse número sobe para 26 operários por km 2 , ao passo que, na Alemanha, esse<br />

número é <strong>de</strong> 140 operários por km 2 . Assim, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o periódico, além das razões<br />

históricas, culturais e sociais, a Alemanha e os alemães, levan<strong>do</strong>-se em consi<strong>de</strong>ração os fatores<br />

<strong>de</strong>mográficos, precisam <strong>do</strong> Sarre, pois são um povo sem espaço 28 .<br />

É relevante, também, comentarmos sobre um tipo <strong>de</strong> notícia que vai se fazer presente ao<br />

longo das mais variadas edições <strong>do</strong> A Offensiva. São notas que procuram mostrar aos leitores<br />

que gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> comunicações negligenciam a existência <strong>do</strong>s movimentos<br />

fascistas existentes no mun<strong>do</strong> e, por isso, dizem, nós ignoramos completamente a extensão das<br />

25 A OFFENS<strong>IV</strong>A. Crepúsculo Judaico. A Offensiva, 21 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1934, pg. 3.<br />

26 A OFFENS<strong>IV</strong>A. O Néo-Machiavelismo. A Offensiva, 22 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1934, pg. 1.<br />

27 A OFFENS<strong>IV</strong>A. O Sarre e a Inquietação Européa. A Offensiva, 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1934, pg. 1 e 8.<br />

28 A OFFENS<strong>IV</strong>A. Povo sem Espaço. A Offensiva, 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1934, pg. 2.

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