Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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aceitos que se relacionarão de alguma forma com o que será trabalhado na sala de aula, podendo
resultar na aquisição de novos conhecimentos significativos pelo aluno.
Embora Jörn Rüsen não considere que exista um tipo de consciência histórica melhor que
as outras, damos preferência para o tipo genética pela sua característica de o indivíduo com este
tipo de consciência ser capaz de compreender o ocorrido no passado e que existem certas
mudanças que ocorrem ao longo do tempo. Mesmo assim ainda ser capaz de decidir e de
entender pelo conhecimento do passado, a melhor forma de construir um futuro novo para si e
para o mundo em que vive. Rüsen afirma que:
―Permitimos que la historia se haga parte del pasado; sin embargo, al
mismo tiempo, le concedemos otro futuro. Es el cambio propiamente el
que da sentido a la historia. El cambio temporal se despojó de su aspecto
amenazante, y se transformó en el sendero en el cual están abiertas las
opciones para que la actividad humana cree un nuevo mundo‖. 3
Os trabalhos de Rüsen e outros pesquisadores como Peter Lee e Lima Dias vêm
desenvolvendo a respeito da educação histórica trazem uma nova perspectiva sobre o ensino
desta disciplina, contribuindo para que o foco do ensino seja deslocado para o aluno. A
preocupação do ―educador‖ passa a dizer respeito sobre como o aluno aprende, o que ele
aprende e de que forma o aluno usará estes conhecimentos adquiridos na orientação de sua vida
prática. O seja, elimina-se a mera acumulação do conhecimento histórico transferido da academia
para a escola e preocupa-se com a construção de um conhecimento escolar próprio, que atenda
as demandas e as particularidades deste grupo de indivíduos. Afinal, eles não precisarão sair da
instituição escolar como historiadores ou enciclopédias vivas, mas indivíduos que sejam capazes
de conhecer o seu passado e a partir dele, como cidadãos críticos e ativos, compreender e
construir o seu presente e seu futuro.
Esclarecemos, no entanto, que a nossa intenção com este trabalho é investigar uma
possível forma de utilização dos filmes em sala de aula, sem, contudo, pretender ser um guia para
o professor ou mesmo tentar abordar todas as possibilidades de uso do cinema na educação,
dadas as particularidades referentes aos alunos, sistemas educacionais, aceitação e
compatibilidade técnica para a exibição de filmes, entre outras variáveis.
As reflexões iniciais a respeito do tema se deram a partir do questionamento de como se
dá o processo de acumulação de conhecimentos tácitos por parte dos alunos. Frente às inúmeras
possibilidades de aquisição tanto de cultura como de informação nos círculos sociais reais e
virtuais dos alunos na chamada ―sociedade da informação‖, limitamo-nos aos filmes. Afinal, eles
são parte das mídias já consagradas na cultura popular, por ser um dos meios de comunicação de
3 RÜSEN, Jörn. El desarrollo de la competencia narrativa en el aprendizaje histórico: una hipótesis
ontogenética relativa a la conciencia moral. In: Propuesta Educativa. Argentina: FLACSO, n. 7, out. 1992,
pp. 27-36, p. 32.