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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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206<br />

UMA ANÁLISE DO UN<strong>IV</strong>ERSO FASCISTA NO JORNAL INTEGRALISTA A OFFENS<strong>IV</strong>A<br />

(1934-1935)<br />

Murilo Antonio Paschoaleto<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá (UEM)<br />

murilopaschoaleto@yahoo.com.br<br />

RESUMO: O perío<strong>do</strong> entre-guerras foi marca<strong>do</strong> pelo surgimento <strong>de</strong> vários movimentos <strong>de</strong> caráter<br />

fascista. Apesar <strong>de</strong> tais movimentos terem chega<strong>do</strong> ao po<strong>de</strong>r apenas na Alemanha e na Itália,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que o fascismo foi um fenômeno presente em gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s países (mesmo<br />

nos que possuíam longa tradição <strong>de</strong>mocrática, como França e Inglaterra), inclusive no Brasil, com<br />

a Ação Integralista Brasileira (AIB). Aqui, a AIB, procuran<strong>do</strong> lograr êxito político, utilizou <strong>do</strong>s meios<br />

<strong>de</strong> comunicações, sobretu<strong>do</strong> jornais e revistas, visan<strong>do</strong> difundir sua <strong>do</strong>utrina, arregimentar novos<br />

militantes e, ainda, estabelecer uma padronização, em âmbito nacional, tanto da difusão<br />

i<strong>de</strong>ológica, quanto da própria estruturação <strong>do</strong> movimento. A re<strong>de</strong> impressa <strong>do</strong> movimento contou<br />

com vários jornais, revistas e boletins, com abrangência nacional, provincial ou regional. Dentre os<br />

periódicos <strong>do</strong> movimento, o jornal A Offensiva, edita<strong>do</strong> entre 1934 e 1938, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, merece uma atenção especial: ele foi o principal periódico <strong>do</strong> movimento. No presente<br />

trabalho, objetivamos fazer uma análise <strong>de</strong> como o jornal A Offensiva apresentava a conjuntura<br />

internacional, sobretu<strong>do</strong> no que se refere aos <strong>de</strong>mais movimentos fascistas existentes ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>, a seus militantes. Para tanto, utilizamos como fonte, a primeira fase (maio <strong>de</strong> 1934 - maio<br />

1935) <strong>de</strong>ste periódico e percebemos que, neste conturba<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, o jornal trabalhou no senti<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> apresentar <strong>de</strong> forma afável os <strong>de</strong>mais movimentos <strong>de</strong> caráter fascista aos seus militantes.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Integralismo; Fascismo; Imprensa Integralista.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O perío<strong>do</strong> entre-guerras foi marca<strong>do</strong> pelo surgimento <strong>de</strong> vários movimentos <strong>de</strong> caráter<br />

fascista. Apesar <strong>de</strong> tais movimentos terem chega<strong>do</strong> ao po<strong>de</strong>r apenas na Alemanha e na Itália,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que o fascismo foi um fenômeno presente em gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s países (mesmo<br />

nos que possuíam longa tradição <strong>de</strong>mocrática, como França e Inglaterra), inclusive no Brasil, com<br />

a Ação Integralista Brasileira (AIB).<br />

Aqui, a AIB, procuran<strong>do</strong> lograr êxito político, utilizou <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> comunicações,<br />

sobretu<strong>do</strong> jornais e revistas, visan<strong>do</strong> difundir sua <strong>do</strong>utrina, arregimentar novos militantes e, ainda,<br />

estabelecer uma padronização, em âmbito nacional, tanto da difusão i<strong>de</strong>ológica, quanto da própria<br />

estruturação <strong>do</strong> movimento.<br />

Levan<strong>do</strong>-se tais objetivos em consi<strong>de</strong>ração, o movimento chegou a contar com mais <strong>de</strong><br />

cem periódicos, além <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> boletins semanais ou quinzenais 1 . Dentre estes jornais, havia<br />

os <strong>de</strong> abrangência nacional, provincial ou regional e nuclear.<br />

De forma geral, os jornais menores, <strong>de</strong> circulação nuclear e/ou provincial, visavam,<br />

basicamente, a transmissão da <strong>do</strong>utrina integralista, enquanto os jornais <strong>de</strong> abrangência nacional<br />

(como o A Offensiva, edita<strong>do</strong> na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e o Acção, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo),<br />

que eram maiores e <strong>de</strong> maior periodicida<strong>de</strong>, não se <strong>de</strong>tinham apenas à difusão <strong>do</strong>utrinária.<br />

1 Monitor Integralista apud CAVALARI, 1999, p. 87

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