14.10.2014 Views

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

33<br />

principalmente à imprensa feminista 26 ou feminismo difuso, <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XIX. E, nessa<br />

esteira, Pinto acrescenta o Feminismo Anarquista.<br />

O feminismo anarquista estava liga<strong>do</strong> ao operaria<strong>do</strong> <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, em sua maioria,<br />

imigrantes, que trouxeram consigo os i<strong>de</strong>ários anarquistas e comunistas, influencian<strong>do</strong> ativamente<br />

na organização <strong>do</strong> movimento operário brasileiro. As inquietações feministas giravam em torno <strong>do</strong><br />

excesso <strong>de</strong> trabalho, essas mulheres ressaltavam a importância <strong>de</strong> diminuir a jornada para<br />

po<strong>de</strong>rem cuidar <strong>de</strong> seus afazeres <strong>do</strong>mésticos e encontrar tempo para os estu<strong>do</strong>s, pois sem<br />

instrução não po<strong>de</strong>riam se organizar. Elas faziam manifestações e publicavam em jornais<br />

anarquistas como o ―Terra Livre‖ e o ―A Plebe‖ 27 . E, segun<strong>do</strong> Pinto, essas manifestações<br />

feministas estavam acontecen<strong>do</strong> simultaneamente à campanha <strong>do</strong> sufrágio feminino.<br />

Na seqüência, Pinto ressalta <strong>do</strong>is grupos <strong>de</strong> feministas que se organizam durante o<br />

perío<strong>do</strong> cívico-militar, <strong>de</strong>ntro das classes média e alta. O primeiro se organizava em residências,<br />

em reuniões pequenas <strong>de</strong> mulheres, nas quais eram discutidas as suas particularida<strong>de</strong>s, como:<br />

sexualida<strong>de</strong> e literatura feminina, todavia, essas mulheres se sentiam culpadas por não fazerem<br />

discussões ―mais políticas‖ sobre como enfrentar a ditadura. O outro grupo, <strong>de</strong> exiladas vindas<br />

principalmente na Europa ampliaram seus conhecimentos acerca das organizações feministas e<br />

das suas formas <strong>de</strong> lutas, e, conforme podiam, mandavam cartas e materiais para o Brasil,<br />

informan<strong>do</strong> o que estavam <strong>de</strong>scobrin<strong>do</strong> <strong>de</strong> novo naquela cultura, no que dizia respeito ao<br />

feminismo.<br />

Naquele cenário, a ONU (Organização das Nações Unidas), <strong>de</strong>finiu que o ano <strong>de</strong> 1975,<br />

seria o Ano Internacional da Mulher e o primeiro ano da década da mulher. A partir daí, esse tema<br />

começou a ser visto com outros olhos pelo presi<strong>de</strong>nte general Geisel, que recém assumia o<br />

governo. O Centro <strong>de</strong> Informação da ONU organizou um evento no Rio <strong>de</strong> Janeiro, e, nesse<br />

evento foi funda<strong>do</strong> o Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento da Mulher Brasileira. Todavia, o Centro <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento da Mulher brasileira estava refém <strong>de</strong> uma dupla censura, primeiro <strong>do</strong> regime<br />

cívico-militar e, segun<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> esquerda que primavam pela discussão da luta <strong>de</strong><br />

classes. Abrigan<strong>do</strong> diversas tendências feministas 28 , o Centro administrou a oposição à ditadura e<br />

as lutas feministas com as <strong>de</strong> classe, por apenas cinco anos.<br />

Nesse mesmo perío<strong>do</strong>, aconteceram também os encontros nacionais das feministas<br />

brasileiras acadêmicas, entre 1975 a 1985, durante as reuniões anuais da SBPC (Socieda<strong>de</strong><br />

Brasileira para o Progresso da Ciência), eram as possíveis brechas encontradas naquele perío<strong>do</strong><br />

histórico marca<strong>do</strong> por perseguições, torturas, mortes e <strong>de</strong>saparecimentos; on<strong>de</strong> o regime militar<br />

26<br />

Pinto cita um jornal <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul ―Pela Mulher‖, funda<strong>do</strong> na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé, em 1898, por<br />

Andradina <strong>de</strong> Oliveira. O jornal teve uma duração <strong>de</strong> nove anos e transformou-se <strong>de</strong>pois em uma revista<br />

ilustrada, já então publicada em Porto Alegre. Andradina publicou sete livros abordan<strong>do</strong> a temática feminina.<br />

P. 32.<br />

27 No texto não constam referencias às datas <strong>de</strong> publicação <strong>de</strong>sses jornais.<br />

28 PINTO, Céli Regina Jardim. Op. Cit.: 59

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!