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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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585<br />

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:<br />

HISTÓRIA E ENSINO DE HISTÓRIA<br />

Francinne Calegari <strong>de</strong> Souza<br />

Professora da Re<strong>de</strong> Particular <strong>de</strong> Ensino<br />

Mestre em História Social pela UEL<br />

francinne@sercomtel.com.br<br />

RESUMO: As propostas pedagógicas atuais buscam enfatizar a importância da escola para<br />

formar alunos que compreendam o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> cidadania e sejam capazes <strong>de</strong> fazer uso <strong>de</strong>la.<br />

Contu<strong>do</strong>, esta percepção da escola como instrumento para a formação <strong>de</strong> cidadãos é uma i<strong>de</strong>ia<br />

que há muito foi <strong>de</strong>fendida pelo teórico italiano Antonio Gramsci. Nesse trabalho nos <strong>de</strong>dicamos a<br />

compreen<strong>de</strong>r a concepção <strong>de</strong> escola <strong>de</strong>ste e <strong>de</strong> outros autores preocupa<strong>do</strong>s em tornar a escola<br />

uma ambiente <strong>de</strong> formação geral, profissional e política <strong>de</strong> forma integrada. A realida<strong>de</strong> brasileira,<br />

contu<strong>do</strong>, é diferente <strong>de</strong>ssas propostas, já que mantém a separação entre a formação geral e<br />

profissional. Partin<strong>do</strong>, portanto, <strong>do</strong> nosso presente, esse trabalho busca compreen<strong>de</strong>r se é<br />

possível educar para o trabalho e como articular a formação geral e a profissional sem fortalecer o<br />

velho dualismo. Esse estu<strong>do</strong> parte das proposições <strong>de</strong> Gramsci sobre a educação e o trabalho,<br />

estuda o caso brasileiro através <strong>do</strong>s caminhos da educação profissional no Brasil e da análise <strong>de</strong><br />

importantes <strong>do</strong>cumentos da legislação brasileira (Substitutivo Jorge Hage e a LDBEN 9.394/96) e<br />

por fim, procura integrar a educação para o trabalho com o ensino <strong>de</strong> História e suas<br />

possibilida<strong>de</strong>s. Percebemos, <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong>, que é possível e, ainda mais, é imprescindível que<br />

pensemos em propostas educacionais que incluam os jovens, suas necessida<strong>de</strong>s e experiências.<br />

Esta pesquisa manifesta assim o interesse <strong>de</strong> contribuir para que isso aconteça e aponta o ensino<br />

<strong>de</strong> História como uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração no presente, entre os jovens, suas expectativas<br />

em relação ao futuro, a partir da compreensão <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />

PALAVRAS-CHAVE: educação para o trabalho, legislação educacional, ensino <strong>de</strong> História.<br />

Educação é uma ativida<strong>de</strong> muito maior e mais complexa <strong>do</strong> que apenas apren<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s, completar os estu<strong>do</strong>s e conseguir um diploma; está inserida em um<br />

contexto mais amplo e envolve questões políticas e sociais. Muitos acreditam que esta não <strong>de</strong>ve<br />

vincular-se a nenhuma outra questão que não seja cognitiva, mas será possível retirar da escola o<br />

seu po<strong>de</strong>r transforma<strong>do</strong>r e questiona<strong>do</strong>r?<br />

Educar é também uma tarefa social, na medida em que po<strong>de</strong> tornar os alunos mais<br />

conscientes da importância que têm na socieda<strong>de</strong>, mas enten<strong>de</strong>mos que, em alguns momentos<br />

<strong>de</strong> nossa história, isso foi muito ―perigoso‖.<br />

Contu<strong>do</strong>, é ainda mais perigoso pensar que a escola está distante <strong>do</strong>s alunos que a<br />

frequentam. A distância po<strong>de</strong> ser entendida aqui como resulta<strong>do</strong> da falta <strong>de</strong> compreensão da<br />

realida<strong>de</strong> tanto <strong>do</strong>s alunos quanto <strong>do</strong>s professores e até mesmo <strong>do</strong> momento histórico em que<br />

estão inseri<strong>do</strong>s. É importante <strong>de</strong>stacar que este argumento não <strong>de</strong>ve ser generaliza<strong>do</strong>, já que<br />

encontramos diversas iniciativas <strong>de</strong> profissionais da educação comprometi<strong>do</strong>s com o seu ofício.<br />

Todavia, essas iniciativas não <strong>de</strong>vem ser isoladas. É imperativo que a educação brasileira<br />

consiga reuni-las para torná-las cada vez mais fortes e que, fortalecidas, elas possam contribuir<br />

para uma formação mais completa e significativa para a vida prática <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s.<br />

Temos hoje um baixo índice <strong>de</strong> matrículas no ensino médio regular e isto po<strong>de</strong> significar<br />

que os jovens brasileiros não enxergam na escola uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um futuro melhor, ou que

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