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Untitled - Emerj

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de madeira e correu atrás de Z dentro do Posto Médico” (fls. 121).<br />

Na realidade, o acusado estava munido de uma faca e um simulacro de<br />

arma de fogo, que foram apreendidos e, como narrou a vítima Z, quando o<br />

mesmo retornou ao Posto Médico a vítima escondeu-se, mais ouviu os gritos<br />

do acusado que mataria a ele e a vítima Y.<br />

No mesmo sentido é o depoimento da vítima Y, que afirmou que quando<br />

o acusado retornou ao Posto Médico e ela foi avisada por sua filha de que o<br />

mesmo estaria armado, escondeu-se, sendo que um segurança indagou o que<br />

ela estava fazendo no local, tendo a vítima respondido “é meu marido que ta<br />

maluco e está querendo matar todo mundo” (fls. 87).<br />

Por sua vez, a filha da vítima, A, embora não narre expressamente a<br />

ameaça, presta depoimento que está em harmonia com o das vítimas, dizendo<br />

que quando o acusado retornou ao Posto Médico estava com um objeto em<br />

uma das mãos que ela pensou ser uma arma, tendo então Y entrado no posto e<br />

avisado que o acusado estava voltando armado, indo com sua mãe esconder-se<br />

atrás de um container, quando o citado segurança indagou-as o que estavam<br />

fazendo ali, tendo sua mãe respondido que o acusado estava armado.<br />

O depoimento da testemunha B, como já acima mencionado, corrobora<br />

os demais depoimentos prestados sob o crivo do contraditório, mencionando<br />

tanto a agressão a Z quanto a ameaça a Y.<br />

Portanto, fica nítido o temor que o acusado inspirava em sua companheira<br />

e na filha dela, bem como na vítima Z, que também se escondeu, não havendo<br />

dúvida de que o mesmo voltou com uma faca e um simulacro de arma e que não<br />

fez isso para agradecer as pessoas que estavam no Posto Médico e nem como<br />

um gesto de carinho a sua companheira e a filha desta, sendo evidente que voltou<br />

para vingar-se, uma vez que Z e outros funcionários do Posto Médico o haviam<br />

colocado para fora, não deixando que levasse a vítima, por motivos óbvios.<br />

Assim, deve-se dar crédito a palavra da vítima Z de que o acusado gritava<br />

que queria matar a ele e a vítima Y, sendo que os depoimentos das vítimas estão<br />

em consonância com o de A.<br />

Certo da materialidade e da autoria, passo ao exame da tipicidade das<br />

condutas praticadas pelo acusado.<br />

Ocorreu ameaça de um mal grave, que foi capaz de intimidar as vítimas,<br />

que se esconderam, sendo que ainda que a vítima Y não tenha ouvido a ameaça<br />

(o que não é certo, pois embora não tenha afirmado expressamente, disse que<br />

o acusado estava voltando para matar todo mundo), ambas as vítimas estavam<br />

presentes no local da ameaça, embora este magistrado entenda que tal presença<br />

é dispensável, em que pese opiniões em contrário, ressalvando-se mais uma vez<br />

Direito em Movimento 215

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