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Lamentavelmente as poucas organizações que defendem e orientam<br />

essas vítimas fazem pouco ou quase nada, no que tange a seu acolhimento,<br />

proteção e recuperação, antes, durante ou depois da situação de escravização<br />

sexual, por exemplo, em que passam a viver quando da “desilusão na terra<br />

prometida”, no dizer da colombiana Fanny Polania Molina.<br />

É absolutamente necessário, ao lado da existência das Convenções<br />

Internacionais que almejam o combate internacional ao tráfico de pessoas, e<br />

a colega Andrea Pachá vai falar sobre o Protocolo de Palermo adicionado em<br />

2000 à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional,<br />

que sejam criadas organizações oficiais que promovam a prevenção, orientando<br />

e informando as mulheres, e que concretizem a recuperação e reinserção da<br />

mulher vitimizada na sociedade da qual ela provém, dando-lhes apoio jurídico,<br />

psicológico, social, econômico, fornecendo moradia e ajuda financeira, e providenciando<br />

um emprego ou trabalho digno remunerado, evitando assim o<br />

ingresso da vítima no ciclo ilusão-deslocamento-escravidão-morte, gerado pelo<br />

tráfico de pessoas para fins de prostituição e escravização sexual.<br />

Relevante referir, à guisa de aprofundamento da questão, que:<br />

1º) na América do Sul, principalmente no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana<br />

e Venezuela, o tráfico de mulheres ocorre, tanto dentro dos próprios países<br />

(tráfico interno), como também é dirigido ao mercado internacional (tráfico<br />

externo).<br />

2º) O tráfico interno tem características próprias, visando, de forma mais<br />

marcante, à prostituição infanto-juvenil (idade média entre 9 e 17 anos), sendo<br />

decorrente da miséria e da ignorância das famílias.<br />

Há no Brasil a venda de filhas-meninas como forma comum de ingresso<br />

destas na rede interna de prostituição voltada para o turismo sexual das<br />

grandes capitais, além do sequestro e apropriação violenta dessas crianças e<br />

adolescentes.<br />

3º) O tráfico internacional está organizado em redes, com pontos de<br />

concentração na Europa, que servem como centros de distribuição.<br />

A idade média das vítimas é entre 19 e 25 anos, e, na maioria, tais vítimas<br />

sabem de antemão qual o seu trabalho na Europa (inclusive assinando contratos).<br />

O que, no entanto, desconhecem, são as condições perversas de trabalho,<br />

a retenção de seus passaportes pelos gerentes das casas de prostituição, a<br />

obrigatoriedade de uso/abuso de álcool e drogas, a escravização a que serão<br />

submetidas.<br />

Os métodos são diversos, e até casamentos com europeus podem remeter<br />

a mulher à rede de prostituição.<br />

58<br />

fonavid

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