08.05.2013 Views

o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série

o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série

o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

carentes de especifici<strong>da</strong>de semântica”. Evidencia-se, também, nesse contexto, conforme<br />

Ferreiro (1993:18), a “grande inibição que os jovens e adultos (...) apresentam com<br />

respeito à língua escrita: evitam escrever, tanto por medo de cometer erros de ortografia<br />

como pela dificul<strong>da</strong>de de dizer por escrito o que são capazes de dizer oralmente”.<br />

Constata-se, então, que, após a permanência por anos a fio <strong>na</strong> escola, nossos<br />

alunos possuem má quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s comunicações escritas, o que contradiz, de forma<br />

assustadora, um grande objetivo a ser atingido pela escola no <strong>ensino</strong> de língua mater<strong>na</strong>: o<br />

domínio real <strong>da</strong> linguagem escrita, evidenciado por sujeitos que saibam usá-la nos diversos<br />

contextos sociais para interagir com os outros.<br />

Para muitos professores de língua mater<strong>na</strong>, que logicamente percebem essa<br />

contradição, o problema de o aluno não saber produzir um texto escrito é decorrente do<br />

próprio aluno, sendo ele, geralmente, o maior culpado para que a problemática exista.<br />

Quando interrogados sobre o porquê do mau desempenho comunicativo que afeta de modo<br />

generalizado os alunos, apoiam-se em sintéticas explicações que os afastam <strong>da</strong><br />

responsabili<strong>da</strong>de do <strong>na</strong>ufrágio, como podemos observar em Gonçalves Filho (1991:22),<br />

que bem traduz o ponto de vista do professor perante essa situação:<br />

10<br />

(...) uma reali<strong>da</strong>de sociocultural carente só pode gerar um<br />

adolescente carente, incapaz de comunicação por mais que ele se<br />

esforce. (...) “Encontrei tantos erros <strong>na</strong> re<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>quele aluno que<br />

não sei qual o certo”, “Eles são incapazes de orde<strong>na</strong>r uma frase<br />

sequer”, “Não sabem ler, por isso não sabem escrever”, “Eles não<br />

lêem, eles soletram”, “Nem sequer pegam num jor<strong>na</strong>l”, etc.<br />

Subsidia<strong>da</strong>s a essas explicações, é comum ouvirmos, ain<strong>da</strong>, opiniões que<br />

vão desde falta de interesse, incapaci<strong>da</strong>de de pensamento e de expressão, até preguiça<br />

mental, além de justificativas que alegam que os problemas vêm de <strong>série</strong>s anteriores.<br />

Por outro lado, várias são as obras que tematizam o fracasso no <strong>ensino</strong>-<br />

<strong>aprendizagem</strong> de língua configurando uma situação de caos com relação ao direcio<strong>na</strong>mento<br />

<strong>da</strong> <strong>produção</strong> de texto <strong>na</strong> escola.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!