o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série
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Diante dessa hipótese, não podemos responsabilizar tão somente a<br />
professora pelo quadro deficitário do processo de <strong>ensino</strong>/<strong>aprendizagem</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong><br />
<strong>textual</strong>. Sim, pois parece-nos, como ela própria nos revela, que a sua ação pe<strong>da</strong>gógica é<br />
correlata ao seu conhecimento limitado de <strong>ensino</strong>/<strong>aprendizagem</strong> de língua mater<strong>na</strong>. Apesar<br />
de esse conhecimento ser construído, também, mediante a trajetória particular de seu<br />
trabalho docente, sofre influência de sua formação acadêmica.<br />
Sendo assim, preocupa-nos o fato de a extrema preocupação com “o que”, o<br />
“quando” e o “como” ensi<strong>na</strong>r, estar distante <strong>da</strong> reflexão sobre o “para que” ensi<strong>na</strong>r.<br />
Concor<strong>da</strong>ndo com Geraldi (1997:40-41) para quem uma resposta ao “para que” exige não<br />
só uma postura com relação à educação, mas também uma “concepção de linguagem”,<br />
vemos quão importante é o papel do curso de formação de professores, que deve<br />
possibilitar ao docente o acesso a diferentes estudos e pesquisas, capacitando-o a<br />
estabelecer a relação entre escola e socie<strong>da</strong>de e conscientizando-o <strong>da</strong> exigência de se<br />
garantir aos alunos a aquisição de ferramentas culturais, em que se inclui o manejo<br />
eficiente <strong>da</strong> linguagem em seu funcio<strong>na</strong>mento, <strong>na</strong>s relações sociais.<br />
Por outro lado, surpreende-nos o fato de que a professora (com curso de<br />
especialização <strong>na</strong> área de Língua Portuguesa), participando de cursos de aperfeiçoamento e<br />
de capacitação docente, e, de acordo com o que nos revelou, possui certificados que<br />
ultrapassam mil horas/aulas, não tenha percebido os efeitos de suas atitudes nos textos dos<br />
alunos. Felizmente, parece-nos que esse indicador positivo <strong>da</strong> formação <strong>da</strong> professora, que<br />
ecoa <strong>na</strong> exigência de um grau crescente de compreensão do seu saber, mas que, perante a<br />
sua atuação, parece ser um referencial inválido, em tempo, pode ser reavaliado em nossa<br />
conclusão. Através de seu relato (ver item 3.2), percebemos que mu<strong>da</strong>nças significativas<br />
em seu desempenho começam a tomar consistência mediante a reflexão de sua prática<br />
pe<strong>da</strong>gógica e mediante o aperfeiçoamento profissio<strong>na</strong>l enfocado em sua participação no<br />
último curso. Esse fato, impulsio<strong>na</strong>-nos a refletir sobre a possibili<strong>da</strong>de de, hoje, fazermos<br />
uma depreciação de seu trabalho com a <strong>produção</strong> <strong>textual</strong> e, amanhã, estarmos<br />
reverenciando-o.