o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série
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1.2.5.2.4 Constituir-se como locutor, enquanto sujeito que diz<br />
o que diz para quem diz<br />
Geraldi (ibid.:161) assevera que só é possível assumir-se como locutor numa<br />
relação interlocutiva. Isso implica entender que só através dos processos interacio<strong>na</strong>is o<br />
aluno conseguirá constituir-se como locutor efetivo, responsabilizando-se e<br />
comprometendo-se com a palavra que dirige ao outro. Por isso, o professor deve envolver o<br />
aluno em situações específicas de interlocução, deixando-o atuar, interagir, comunicar algo<br />
que sente vontade de dizer a alguém por meio <strong>da</strong> linguagem escrita.<br />
Posta a questão nestes termos, a <strong>produção</strong> de textos é vista como uma<br />
possibili<strong>da</strong>de de fazer com que o aluno construa o seu discurso, em um contexto social,<br />
para interagir com os outros.<br />
Geraldi acredita que colocar-se como sujeito no trabalho de <strong>produção</strong> de<br />
discursos, o qual se concretizam em texto, não significa que o aluno tenha, por obrigação,<br />
de criar o novo. Por outro lado, ele não se constituirá como sujeito à medi<strong>da</strong> em que ape<strong>na</strong>s<br />
repete o já dito, de forma mecânica, sem aderir aos pontos de vista que tem sobre o mundo.<br />
Para ele, a novi<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> discurso, e do texto dele decorrente é explica<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte<br />
forma:<br />
84<br />
(...) a novi<strong>da</strong>de, que pode estar no reaparecimento de velhas<br />
formas e de velhos conteúdos, é precisamente o fato de o sujeito<br />
“comprometer-se” com sua palavra e de sua “articulação”<br />
individual com a formação discursiva de que faz parte, mesmo<br />
quando dela não está consciente.<br />
(op. cit.:136)<br />
Nessa perspectiva, o aluno não usa a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de escrita para devolver, à<br />
escola, os seus preceitos e ensi<strong>na</strong>mentos, anulando-se como sujeito de sua palavra. Ele não<br />
faz um mero exercício de re<strong>da</strong>ção com a atenção volta<strong>da</strong> ao que o professor interpreta<br />
como correto e ver<strong>da</strong>deiro. Também, ele não se prende aos clichês e expressões<br />
consagra<strong>da</strong>s para que sua re<strong>da</strong>ção fique mais atraente aos olhos do professor. Não se trata<br />
de preencher as linhas de uma folha em branco com palavras, idéias e concepções que<br />
descaracterizam o aluno como o sujeito de seu dizer, impossibilitando-lhe o uso <strong>da</strong>