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o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série

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Porém, conforme expusemos no decorrer desta dissertação, julgamos que,<br />

para haver mu<strong>da</strong>nças, não basta mu<strong>da</strong>r a prática, a metodologia. Há uma questão mais séria<br />

a ser resolvi<strong>da</strong> antes de se adotar uma nova linha metodológica, antes de se pensar em<br />

novos procedimentos de ação em sala de aula. Trata-se de aderir a uma nova concepção de<br />

língua/linguagem, sem a qual o professor não conseguirá ultrapassar a insegurança de uma<br />

mu<strong>da</strong>nça, de refletir sobre os pressupostos <strong>da</strong> metodologia que adotará em sala de aula.<br />

O que estamos querendo dizer é que, se queremos aju<strong>da</strong>r nossos alunos a<br />

adquirir habili<strong>da</strong>de no uso <strong>da</strong> escrita, temos que ultrapassar a visão convencio<strong>na</strong>l de<br />

linguagem para concebê-la como uma forma de interação entre os sujeitos. É a concepção<br />

interacionista <strong>da</strong> linguagem que entra em ce<strong>na</strong> em prol de um <strong>ensino</strong> produtivo <strong>da</strong> re<strong>da</strong>ção,<br />

em prol de se abrir espaço em sala de aula para o uso <strong>da</strong> linguagem em situações concretas<br />

de interlocução. Para tanto, o aluno deve ser considerado um sujeito produtor de discursos,<br />

que pensa, elabora, critica, constrói, cria, produz, modifica, intencio<strong>na</strong>, interage.<br />

É hora, pois, de mostrar aos alunos que os seus textos têm um sentido; de<br />

fazê-los compreender os seus usos, valores e funções sociais. Do contrário, a dificul<strong>da</strong>de<br />

revela<strong>da</strong> por eles de produzirem textos origi<strong>na</strong>is, criativos e coerentes, com vistas a atingir<br />

seus objetivos junto aos interlocutores a que os textos se dirigem, dificilmente será<br />

supera<strong>da</strong>.<br />

Não queiramos reproduzir os velhos ensi<strong>na</strong>mentos de nossos queridos<br />

mestres que nos impunham a tarefa de escrever em função <strong>da</strong> correção e <strong>da</strong> nota.<br />

Reconheçamos que este procedimento não é produtivo e ativo, e sim, artificial, pois<br />

escrever para a escola, conforme nos mostra Silva (et al. 1986:54):<br />

É a nossa morte enquanto sujeitos do nosso escrever: a morte <strong>da</strong>s<br />

coisas que nunca ousamos escrever, <strong>da</strong>s tentativas que nunca<br />

arriscamos ensaiar, dos interlocutores que gostaríamos de ter e<br />

que sufocamos <strong>na</strong> hora de escrever. Daí o escrever se transformar<br />

num desafio tão grande que sempre nos sentimos doentes diante<br />

dele, incapazes de encará-lo de frente: temos dificul<strong>da</strong>des ... não<br />

sabemos ... não gostamos ... não mostramos a ninguém ... nem<br />

escrevemos. Escrever acaba virando uma impossibili<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s<br />

nossas vi<strong>da</strong>s.

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