o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série
o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série
o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Geraldi (op. cit:190) distingue, no interior <strong>da</strong>s práticas de análise lingüística,<br />
as ativi<strong>da</strong>des epilingüísticas e as ativi<strong>da</strong>des metalingüísticas. Segundo o autor, as<br />
ativi<strong>da</strong>des epilingüísticas são as que “refletem sobre a linguagem, e a direção desta<br />
reflexão tem por objetivos o uso destes recursos expressivos em função <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />
lingüísticas em que está engajado.” Em outras palavras, a reflexão que se faz sobre a<br />
língua está volta<strong>da</strong> para o uso, no próprio interior <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de lingüística em que se realiza,<br />
refletindo sobre as diferentes formas lingüísticas que podem ser utiliza<strong>da</strong>s, a fim de se<br />
buscar novas formas mais coerentes com o objetivo proposto. É a tentativa de<br />
aprimoramento <strong>da</strong> enunciação com vistas a atingir os efeitos desejados no interlocutor ou<br />
interlocutores. Na situação escolar, quando o professor pergunta ao aluno “o que você quis<br />
dizer com isso?” , referindo-se a uma parte do texto confusa ou ambígua, está realizando<br />
uma ativi<strong>da</strong>de epilingüística e, esta, deve anteceder as práticas de reflexão metalingüística,<br />
para que estas possam ter algum significado para o aluno. As ativi<strong>da</strong>des metalingüísticas<br />
estão relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s a um tipo de análise volta<strong>da</strong> para a descrição, por meio de categorização<br />
e sistematização dos elementos lingüísticos. Nas palavras de Geraldi (ibid.:190-191), é<br />
“uma reflexão a<strong>na</strong>lítica sobre os recursos expressivos, que levam à construção de noções<br />
com as quais se tor<strong>na</strong> possível categorizar tais recursos”. O autor explica que essas<br />
ativi<strong>da</strong>des permitem “falar sobre a linguagem, seu funcio<strong>na</strong>mento, as configurações<br />
textuais e, no interior destas, o léxico, as estruturas morfossintáticas e ento<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.”<br />
Para o autor, se a organização do trabalho didático de análise lingüística seguisse esses<br />
moldes, abando<strong>na</strong>r-se-ia o <strong>ensino</strong> enquanto mera re<strong>produção</strong> de conhecimentos para o<br />
<strong>ensino</strong> como processo de <strong>produção</strong> de conhecimento.<br />
Jesus (1997:101), em seu artigo “Reescrevendo o texto: a higienização <strong>da</strong><br />
escrita”, explica que a proposta lança<strong>da</strong> por João Wanderley Geraldi - prática de análise<br />
lingüística por meio <strong>da</strong> reescrita do texto do aluno - veicula<strong>da</strong> <strong>na</strong> obra do autor “O texto <strong>na</strong><br />
sala de aula” , postula que o texto do aluno seja abor<strong>da</strong>do “com uma projeção positiva,<br />
isto é, considerando a relevância dos problemas lingüísticos apresentados em função <strong>da</strong><br />
plenitude dos objetivos do texto, obti<strong>da</strong> <strong>na</strong> sua dialogici<strong>da</strong>de com o conjunto de<br />
interlocutores.” Nesse sentido, o autor/leitor é “um agente mobilizador, cujas palavras<br />
são propulsoras de ações historicamente constituí<strong>da</strong>s e, portanto, não podem ser<br />
apaga<strong>da</strong>s, corrigi<strong>da</strong>s, substituí<strong>da</strong>s, pontua<strong>da</strong>s e/ou reelabora<strong>da</strong>s para atender aos<br />
reclamos imediatos <strong>da</strong> gramática pela gramática.” Mostra, no entanto, por meio <strong>da</strong><br />
90