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o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série

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mostre que se dedica, em suas aulas, a ativi<strong>da</strong>des relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s à leitura, o que é um ponto<br />

positivo, o ritual que segue não deixa margem de dúvi<strong>da</strong>s de que é uma leitura petrifica<strong>da</strong> e<br />

trabalha<strong>da</strong> de forma mecânica, para fins de atribuição de nota. A aula de leitura, como se<br />

pode perceber <strong>na</strong>s ativi<strong>da</strong>des descritas anteriormente, limita-se a cumprir e a repetir uma<br />

espécie de obrigação, em que professora e alunos obedecem a um ritual tido como um<br />

objeto de avaliação. A alu<strong>na</strong> FR, por exemplo, sentindo-se ameaça<strong>da</strong> com a per<strong>da</strong> de nota,<br />

resolve contar a sua historinha, mas não consegue realizar o seu intento. O que terá<br />

acontecido com FR para que não conseguisse pronunciar a sua palavra, extraí<strong>da</strong> do sentido<br />

que atribuiu à leitura de seu livrinho? Parece-nos que, se por um lado, a professora, ao<br />

propor aos alunos que lessem um livro, tivesse como objetivo despertar nos seus alunos o<br />

gosto e o prazer pela leitura, por outro lado, contraria o seu objetivo ao conceber a simples<br />

oralização desses textos lidos como sinônimo de uma obrigação ou verificação <strong>da</strong><br />

compreensão do livro para fins de nota. Os critérios rígidos de avaliação de leitura podem<br />

afastar os alunos <strong>da</strong> leitura. Geraldi (1997:63) alerta que o importante é fazer com que “o<br />

aluno adquira o gosto de ler pelo prazer de ler, não em razão de cobranças escolares.”<br />

Acreditamos que, esse prazer, pode ser estimulado pelo professor que, ao contrário <strong>da</strong>s<br />

propostas pe<strong>da</strong>gógicas tradicio<strong>na</strong>is que ditam a seus alunos que têm que ler, que devem ler,<br />

fazendo disso uma obrigação, ofereça, de forma prazerosa, a leitura para seus alunos. José<br />

Mindlin, citado por Brunstein & Setubal (1995:21) diz que “dizer à criança que ela tem<br />

que ler é uma coisa negativa de saí<strong>da</strong>. É preciso deixar a coisa como um prato de doce,<br />

que a pessoa deixa em cima <strong>da</strong> mesa e a criança chega e se sente atraí<strong>da</strong> pelo doce. E<br />

come.”<br />

A questão <strong>da</strong> leitura é problematiza<strong>da</strong> em várias obras, que mostram que a<br />

“crise <strong>da</strong> leitura” <strong>na</strong> escola se deve ao falho e insatisfatório direcio<strong>na</strong>mento pe<strong>da</strong>gógico de<br />

sua prática. Sendo assim, os estudos revelam que cabe ao professor buscar formas mais<br />

significativas para a prática de leitura, como, por exemplo, propor aos alunos que partilhem<br />

a leitura de uma obra, ou partilhem com os colegas suas impressões sobre o texto lido. Para<br />

isso o professor organiza situações que levam os alunos a trocarem idéias e opiniões sobre<br />

o texto lido, motivando-os para que leiam ca<strong>da</strong> vez mais.<br />

Mas, continuando a análise de nosso relato vemos que a professora,<br />

ignorando a fala <strong>da</strong> alu<strong>na</strong>, diz aos alunos que, já que não tinham trazido os livrinhos, iria<br />

passar à aula de Português, mostrando-nos, aqui, que a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> leitura do texto

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