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o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série

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excluí<strong>da</strong> do campo dos estudos lingüísticos, em virtude de ela se constituir de atos<br />

individuais, sendo, por isso, circunstancial, variável, heterogênea, ilimita<strong>da</strong> e assistemática.<br />

Para descrever a língua, o mestre genebrino exclui também de seus estudos<br />

a pesquisa diacrônica (sucessão, no tempo, de diferentes estados <strong>da</strong> língua em evolução)<br />

abor<strong>da</strong>ndo ape<strong>na</strong>s a descrição de um estado de língua sincronicamente (o estado atual do<br />

sistema <strong>da</strong> língua). Para ele, o lingüista só pode estu<strong>da</strong>r o sistema através <strong>da</strong> análise de suas<br />

relações inter<strong>na</strong>s (sintagmáticas e paradigmáticas) num determi<strong>na</strong>do momento do sistema<br />

lingüístico, já que os fenômenos diacrônicos “não têm relação alguma com os sistemas,<br />

apesar de os condicio<strong>na</strong>rem” (p.101). Decorre disso, que o processo pelo qual as línguas<br />

se modificam não é levado em consideração. O que interessa é saber o modo como elas<br />

funcio<strong>na</strong>m, num <strong>da</strong>do momento, como meio de comunicação entre os seus falantes, a partir<br />

<strong>da</strong> análise de sua estrutura e configuração formal. Privilegia-se, então, a forma, o aspecto<br />

material <strong>da</strong> língua, e as relações que constituem o seu sistema total , em detrimento do<br />

conteúdo, <strong>da</strong> significação e dos elementos extralingüísticos.<br />

O estruturalismo dominou os estudos lingüísticos até fins <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 50,<br />

infiltrando-se, nele, outras considerações quanto ao modo de se interpretarem os<br />

fenômenos através de sua relação com outros fenômenos. Destacam-se, no interior do<br />

Estruturalismo, conforme nos mostra Orlandi (1986:26-28), o funcio<strong>na</strong>lismo que considera<br />

“as funções desempenha<strong>da</strong>s pelos elementos lingüísticos sob os aspectos fônicos,<br />

gramaticais e semânticos”, bem como “as funções constitutivas <strong>da</strong> <strong>na</strong>tureza <strong>da</strong><br />

linguagem”, que se caracterizam “segundo o papel de ca<strong>da</strong> um dos elementos <strong>da</strong><br />

comunicação”, quais sejam: emissor/receptor/mensagem/código/ca<strong>na</strong>l/ referente. Neste<br />

modelo, Roman Jakobson, no seu célebre ensaio LINGUISTIQUE et POÉTIQUE,<br />

classifica as funções <strong>da</strong> linguagem sobre o esquema do processo de comunicação,<br />

enfocando o perfil <strong>da</strong> mensagem conforme a meta ou orientação dessa mesma mensagem<br />

em ca<strong>da</strong> fator de comunicação. Desenvolvendo o esquema de Karl Bühler, psicólogo<br />

alemão que evidenciou três funções <strong>da</strong> linguagem (Representação, Expressão e Apelo),<br />

Jakobson traça um quadro <strong>da</strong>s funções <strong>da</strong> linguagem, apoiado, então, nos seis fatores<br />

inerentes à comunicação verbal. São elas: Referencial, Emotiva, Co<strong>na</strong>tiva, Fática, Poética e<br />

Metalingüística. A linguagem é percebi<strong>da</strong>, pois, como um instrumento de comunicação,<br />

como o processamento de um código, que é a língua. Os estudos <strong>da</strong> linguagem ficam<br />

restritos ao processo interno de organização do código.<br />

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