o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série
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lugar de exercícios contínuos de descrição gramatical e estudo de regras e terminologias<br />
estu<strong>da</strong>-se o uso <strong>da</strong> língua em situações concretas de interação, percebendo as diferenças de<br />
sentido entre uma forma de expressão e outra. A língua, nesse caso, é o reflexo <strong>da</strong>s relações<br />
sociais, pois de acordo com o contexto e com o objetivo específico <strong>da</strong> enunciação é que<br />
ocorre uma forma de expressão ou outra, uma variante ou outra. Em outras palavras, o<br />
locutor constrói o seu discurso mediante as suas necessi<strong>da</strong>des enunciativas concretas,<br />
escolhendo formas lingüísticas que permitam que seu discurso figure num <strong>da</strong>do contexto e<br />
seja adequado a ele. Sendo assim, o locutor leva em consideração o seu interlocutor, tanto<br />
no que se refere à imagem que tem dele, quanto à construção de seu discurso,<br />
empenhando-se para que ele seja compreendido num contexto concreto, preciso e,<br />
conseqüentemente, atinja o objetivo pretendido.<br />
Bakhtin (1997:95), questio<strong>na</strong>ndo as grandes correntes teóricas <strong>da</strong> lingüística<br />
contemporânea, que reduzem a linguagem ou a um sistema abstrato de formas (objetivismo<br />
abstrato) ou à enunciação monológica isola<strong>da</strong> (subjetivismo idealista), prioriza que:<br />
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(...) <strong>na</strong> prática viva <strong>da</strong> língua, a consciência lingüística do locutor<br />
e do receptor <strong>na</strong><strong>da</strong> tem a ver com o sistema abstrato de formas<br />
normativas, mas ape<strong>na</strong>s com a linguagem no sentido de conjunto<br />
dos contextos possíveis de uso de ca<strong>da</strong> forma particular.<br />
Segundo o autor, não se pode separar a linguagem de seu conteúdo<br />
ideológico ou vivencial, já que ela se constitui pelo fenômeno social <strong>da</strong> interação verbal,<br />
realiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> enunciação, que é um diálogo (no sentido amplo do termo, englobando<br />
as produções escritas). O sentido do enunciado se dá através de uma compreensão ativa<br />
entre os sujeitos, ou seja, é o efeito <strong>da</strong> interação dos interlocutores. Para Bakhtin, todo<br />
enunciado tem um desti<strong>na</strong>tário, entendido como a segun<strong>da</strong> pessoa do diálogo. A ativi<strong>da</strong>de<br />
mental do sujeito e sua expressão exterior se constituem a partir do social, portanto, to<strong>da</strong> a<br />
enunciação é socialmente dirigi<strong>da</strong>. É no fluxo <strong>da</strong> interação verbal que a palavra se<br />
transforma e ganha diferentes significados, de acordo com o contexto em que surge. A<br />
categoria básica, pois, <strong>da</strong> concepção de linguagem em Bakhtin é a interação verbal cuja<br />
reali<strong>da</strong>de fun<strong>da</strong>mental é o seu caráter dialógico.<br />
Para ele :