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o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série

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Para ele:<br />

51<br />

(...) o texto é um produto <strong>da</strong> enunciação, estático, definitivo e,<br />

muitas vezes, com algumas marcas <strong>da</strong> enunciação que nos<br />

aju<strong>da</strong>rão <strong>na</strong> tarefa de decodificá-lo.<br />

O discurso, entretanto, é dinâmico: principia quando o emissor<br />

realiza o processo de codificação e só termi<strong>na</strong> quando o<br />

desti<strong>na</strong>tário cumpre sua tarefa de decodificação. Nesse sentido,<br />

podemos dizer, também, que o discurso é histórico. Ele é feito, em<br />

princípio, para uma ocasião e público determi<strong>na</strong>dos.<br />

Cumpre observar que o sentido de estático, para Abreu, liga-se ao sentido<br />

de texto pronto, já feito, materializado com seqüências escritas encadea<strong>da</strong>s semanticamente<br />

e que produzem a intenção (enunciação) do autor. Para Geraldi, acabado tem o sentido de<br />

o autor dá-lo como encerrado, pronto e “definitivo”, porque sugere que houve pré-textos ou<br />

rascunhos no processo de sua construção.<br />

O conceito de di<strong>na</strong>mici<strong>da</strong>de que Abreu dá ao discurso pode ser demonstrado<br />

<strong>da</strong> seguinte forma: o discurso escrito tem início com a <strong>produção</strong> do texto, mas só se<br />

completa com a leitura desse texto por outro. Assim, o discurso é sempre dinâmico, pois<br />

pode ser lido de formas diferentes de acordo com a visão de mundo, com as experiências e<br />

com os conhecimentos de ca<strong>da</strong> leitor. O mesmo texto, portanto, pode ser lido de formas<br />

diferentes por leitores diferentes, ou mesmo por ape<strong>na</strong>s um leitor, que pode construir novos<br />

discursos a partir de releituras desse texto.<br />

Nesse contexto, o “outro”, ou seja, o interlocutor, insere-se <strong>na</strong> noção de<br />

texto. Bakhtin (1997:113), já se referira à “dupla face” <strong>da</strong> linguagem, considerando a<br />

orientação <strong>da</strong> palavra em função do interlocutor:<br />

Na reali<strong>da</strong>de, to<strong>da</strong> palavra comporta “duas faces”. Ela é<br />

determi<strong>na</strong><strong>da</strong> tanto pelo fato de que procede “de” alguém, como<br />

pelo fato de que se dirige “para” alguém. Ela constitui justamente<br />

o “produto <strong>da</strong> interação do locutor e do ouvinte”. To<strong>da</strong> palavra<br />

serve de expressão a ‘um’ em relação ao “outro”. Através <strong>da</strong><br />

palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise,<br />

em relação à coletivi<strong>da</strong>de. A palavra é uma espécie de ponte<br />

lança<strong>da</strong> entre mim e os outros. Se ela se apóia sobre mim numa

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