o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série
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1.2.1.1 Primeira concepção: a linguagem é a expressão do<br />
pensamento<br />
Para essa concepção o não saber pensar é a causa de as pessoas não<br />
saberem se expressar. Pensar logicamente é um requisito básico para se escrever, já que a<br />
linguagem traduz a expressão que se constrói no interior <strong>da</strong> mente, é o “espelho” do<br />
pensamento. Nessa tendência, segundo Travaglia (1997:21) o fenômeno lingüístico é<br />
reduzido a um ato racio<strong>na</strong>l, “a um ato monológico, individual, que não é afetado pelo<br />
outro nem pelas circunstâncias que constituem a situação social em que a enunciação<br />
acontece”. O fato lingüístico, a exteriorização do pensamento por meio de uma linguagem<br />
articula<strong>da</strong> e organiza<strong>da</strong>, desta feita, é explicado como sendo um ato de criação individual.<br />
O pensador russo, Bakhtin (1997:72), mencio<strong>na</strong> que, nessa concepção, “as leis <strong>da</strong> criação<br />
lingüística são essencialmente as leis <strong>da</strong> psicologia individual”. A expressão exterior<br />
depende ape<strong>na</strong>s do conteúdo interior, do pensamento <strong>da</strong> pessoa e de sua capaci<strong>da</strong>de de<br />
organizá-lo de maneira lógica. Por isso, acredita-se que o pensar logicamente, resultando<br />
<strong>na</strong> lógica <strong>da</strong> linguagem, deve ser incorporado por regras a serem segui<strong>da</strong>s, sendo que essas<br />
regras se situam dentro do domínio do estudo gramatical normativo ou tradicio<strong>na</strong>l, que<br />
defende que saber língua é saber teoria gramatical.<br />
Expondo os princípios lógicos <strong>da</strong> linguagem, a gramática normativa prediz<br />
os fenômenos <strong>da</strong> linguagem em “certos” e “errados”, privilegiando algumas formas<br />
lingüísticas em detrimento de outras. Sob esse aspecto, a gramática é puramente abstrata,<br />
como o é a lógica. Preestabelece as normas que devem ser conheci<strong>da</strong>s para o emprego<br />
legítimo e bom uso <strong>da</strong> língua, definindo-se, genericamente, como a discipli<strong>na</strong> ou arte de<br />
ler, falar e escrever corretamente. Nas palavras de Franchi (1991:48), a gramática<br />
normativa é:<br />
24<br />
(...) O conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever,<br />
estabeleci<strong>da</strong>s pelos especialistas, com base no uso <strong>da</strong> língua<br />
consagrado pelos bons escritores.<br />
Dessa forma, acredita-se que quem fala ou escreve bem, seguindo e<br />
domi<strong>na</strong>ndo as normas que compõem a gramática <strong>da</strong> língua, é um indivíduo que organiza<br />
logicamente o seu pensamento.