o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série
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interlocução, com todos os seus componentes: sintáticos, semânticos, pragmáticos,<br />
socioculturais, cognitivos, etc.<br />
1.2.4.3.3 Informativi<strong>da</strong>de<br />
Beaugrande & Dressler (1981) usam o termo informativi<strong>da</strong>de para desig<strong>na</strong>r<br />
o quanto uma configuração lingüística é considera<strong>da</strong> nova ou inespera<strong>da</strong> pelos receptores.<br />
Em outras palavras, um texto será menos informativo se trouxer ape<strong>na</strong>s informações<br />
previsíveis, espera<strong>da</strong>s ou redun<strong>da</strong>ntes, já que um texto com ocorrências triviais chama<br />
pouca atenção do leitor por ser considerado desinteressante. Ao contrário, será mais<br />
informativo se as informações apresenta<strong>da</strong>s forem menos previsíveis, ou seja, se além <strong>da</strong>s<br />
ocorrências espera<strong>da</strong>s ou previsíveis, trouxerem ocorrências que exijam reflexão para<br />
calcular-lhes o sentido, sendo, assim, um texto mais interessante para o leitor. Entretanto,<br />
se um texto trouxer ape<strong>na</strong>s informações inespera<strong>da</strong>s, inusita<strong>da</strong>s ou imprevisíveis, que<br />
exigem do leitor um alto grau de meditação para tentar processá-lo, poderá apresentar<br />
tendência de ser incoerente. O receptor, nesse caso precisa realizar uma busca motiva<strong>da</strong><br />
para descobrir o significado dessas ocorrências e o porquê de sua seleção. Além disso, ele<br />
tem que resolver o problema de como integrá-las <strong>na</strong> continui<strong>da</strong>de que fun<strong>da</strong>menta o<br />
processo comunicativo. O ideal, portanto é o texto apresentar ocorrências previsíveis e<br />
imprevisíveis, informações que falam do conhecido alter<strong>na</strong>ndo-se com informações que<br />
trazem novi<strong>da</strong>des.<br />
No estudo de Charolles (1997:58) sobre coerência <strong>textual</strong>, o qual<br />
exami<strong>na</strong>remos mais à frente, uma <strong>da</strong>s meta-regras propostas é a <strong>da</strong> progressão, que afirma<br />
que um texto, para ser coerente, tem de renovar, de forma contínua, seu conteúdo<br />
semântico. Exami<strong>na</strong>ndo textos de alunos, o autor chama a atenção para alguns problemas<br />
que ocorrem em virtude <strong>da</strong> violação dessa regra. Cita uma re<strong>da</strong>ção (op.cit.:59) em que<br />
ocorre uma “flagrante circulari<strong>da</strong>de do discurso, como se o aluno (sem dúvi<strong>da</strong> pelo temor<br />
do vazio) acabasse produzindo uma lenga-lenga em que o discurso está quase sempre<br />
voltado para si próprio.” Este procedimento, segundo Charolles, acarreta para o texto<br />
“uma desproporção muito grande entre a taxa de contribuição informativa e a taxa de<br />
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