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o ensino/aprendizagem da produção textual na quinta série

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63<br />

“fun<strong>da</strong>mental para uma concepção de linguagem como ativi<strong>da</strong>de<br />

convencio<strong>na</strong>l: to<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de de interpretação presente no<br />

cotidiano <strong>da</strong> linguagem fun<strong>da</strong>menta-se <strong>na</strong> suposição de quem fala<br />

tem certas intenções, ao comunicar-se. Compreender uma<br />

enunciação é, nesse sentido, apreender essas intenções.”<br />

As intenções do produtor do texto podem ser <strong>da</strong><strong>da</strong>s através de pistas,<br />

presentes no texto, que permitem ao receptor construir o efeito desejado por aquele e essas<br />

pistas podem ser mobiliza<strong>da</strong>s por mecanismos coesivos. Em algumas situações, no entanto,<br />

como é o caso de conversações diárias, é possível deixar de empregá-los, pois esses<br />

mecanismos coesivos são suprimidos pela situação (presença do locutor e do receptor,<br />

emprego de mímica, etc.).<br />

Já a aceitabili<strong>da</strong>de diz respeito à atitude do receptor no processo de<br />

comunicação. Costa Val (1997:11) diz que a aceitabili<strong>da</strong>de “é o outro lado <strong>da</strong> moe<strong>da</strong>” em<br />

relação à intencio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de, já que “concerne à expectativa do recebedor de que o conjunto<br />

de ocorrências com que se defronta seja um texto coerente, coeso, útil e relevante, capaz<br />

de levá-lo a adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do produtor.”<br />

Beaugrande & Dressler (1981: 116-118) salientam a contribuição de Grice,<br />

apresentando o conjunto de “máximas” por ele proposto, observando que elas devem ser<br />

considera<strong>da</strong>s não como regras, mas sim como preceitos e estratégias.<br />

Grice (1982: 81-103) afirma que os falantes usam as orações de uma língua<br />

em função de algo que querem comunicar e que nem sempre está presente <strong>na</strong> interpretação<br />

semântica <strong>da</strong>s expressões lingüísticas utiliza<strong>da</strong>s. É preciso que exista uma base contratual<br />

entre os interlocutores que preveja princípios reguladores <strong>da</strong> transmissão de informação.<br />

Para Grice (op.cit:86), nossos diálogos são esforços cooperativos, e ca<strong>da</strong> participante<br />

reconhece neles, em alguma medi<strong>da</strong>, um propósito comum ou um conjunto de propósitos,<br />

ou, no mínimo, uma direção mutuamente aceita.” Isto pode ser marcado desde o início, ou<br />

pode variar, ao longo <strong>da</strong> conversação. Ele formula, então, um princípio bastante geral, que<br />

deve ser observado pelos participantes. É o princípio de cooperação, que poderíamos<br />

explicitar fazendo uso <strong>da</strong>s palavras de Koch & Travaglia (ibid.: 80):

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