Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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humanos que sustentem o desenvolvimento, o setor educacional é entendido como<br />
“[...] causa e efeito do crescimento social e econômico.” (PEREZ, 1994, p. 50).<br />
Na administração de Paulo Egydio Martins, o desenvolvimento econômico<br />
permanece como palavra-chave, sendo acrescido da “participação comunitária”,<br />
entendida nessa gestão como direito à “[...] representatividade, à liberdade de<br />
informação e expressão, mas também à mobilização e à motivação de toda a opinião<br />
pública [...]” (PEREZ, 1994, p. 56), para participação e corresponsabilidade na<br />
implantação das políticas públicas. Visto que estamos tratando do período da<br />
ditadura pós-64, pode-se concluir que essa participação não seria uma representação<br />
democrática e que “corresponsabilidade” deveria significar muito mais a<br />
transferência das obrigações do Estado para a sociedade civil do que sua efetiva<br />
participação nas decisões tomadas.<br />
O destaque para essa gestão é a implantação do Centro de Recursos Humanos<br />
e Pesquisas Educacionais (CERHUPE), que em 1975 formou mais de vinte mil<br />
professores que posteriormente atuaram como monitores no treinamento de cem mil<br />
docentes, por ocasião da implantação dos “Guias Curriculares”, lançados em 1973. O<br />
CERHUPE foi extinto em 1976 e deu lugar à Coordenadoria de Estudos e Normas<br />
Pedagógicas que cuidou das monitorias e outras ações de cunho pedagógico a partir<br />
de então (PEREZ, 1994).<br />
Ainda sobre os “Guias Curriculares”, vale dizer que eles traziam prescrições<br />
sobre o ensino nas diferentes áreas do conhecimento. Lembrando novamente que<br />
este foi um período ditatorial em nosso país, devemos observar que os currículos<br />
propostos para as disciplinas eram bastante restritivos. Apesar das críticas que<br />
efetuavam ao ensino tradicional, não se traduziam em orientações que almejassem a<br />
transformação da sociedade 65 .<br />
Finalmente, a administração de Paulo Maluf, no tocante à educação,<br />
preocupou-se com a oferta de vagas, minimizar repetência e evasão e ampliar<br />
programas assistenciais.<br />
65 Podemos exemplificar essas ocorrências, por meio das posições de Angelo (2007), que<br />
analisa os “Guias Curriculares” de língua portuguesa e Lourenço (2008), sobre o currículo de<br />
história.<br />
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