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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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Ainda esse autor assinala que a partir da obra de Freire, “Pedagogia do<br />

Oprimido”, uma série de escritores marxistas passam a ser mencionados. Entretanto,<br />

isso não significou que Paulo Freire estivesse aderindo ao marxismo, pois os autores<br />

marxistas “[...] são citados incidentalmente, apenas para reforçar aspectos da<br />

explanação levada a efeito por Freire, sem nenhum compromisso com sua perspectiva<br />

teórica”. (SAVIANI, 2010, p. 331).<br />

Em que pese a importância de Paulo Freire para a educação 70 , retomando sua<br />

proposta de alfabetização, podemos verificar que suas ideias substituem a escola por<br />

círculos de cultura, professores por coordenadores de grupo e conhecimentos<br />

clássicos (considerados por ele depositados na cabeça dos educandos, daí a expressão<br />

de Freire de “educação bancária”) por aqueles advindos da realidade dos alunos.<br />

Para não nos estender demais, apenas vale mencionar que, primeiro, ao que<br />

nos parece, o problema da educação bancária poderia ser solucionado alterando-se a<br />

forma de transmissão e não pela mudança de seu conteúdo. Segundo, que ao voltar-<br />

se aos conhecimentos cotidianos, dados pelo interesse expresso pelos alunos, isso<br />

muito nos aproxima das pedagogias do “aprender a aprender”. Nesse sentido, não por<br />

acaso, no módulo 3 do “Programa de Formação de Professores Alfabetizadores”<br />

(PROFA), bem como sua versão paulista, “Letra e Vida”, ao tratar da educação de<br />

jovens e adultos, tomam Paulo Freire como referência.<br />

Vera Barreto 71 , no texto “As ideias de Paulo Freire” que faz parte desse módulo,<br />

menciona alguns equívocos sobre o pensamento freireano. Segundo ela, muitos<br />

acreditaram que Paulo Freire “[...] postulava apenas a reflexão da realidade imediata e<br />

conhecida dos educandos.” (BARRETO, 2006, M3U3T4, p. 2). Mas isso, segundo ela,<br />

70 Em “Escola e Democracia” (2008), Saviani se referiu a Paulo Freire e, como observa o autor<br />

em “História das ideias pedagógicas no Brasil”, alguns “[...] analistas viram nessa referência<br />

uma crítica negativa quando, em verdade, ela traduz o reconhecimento do caráter inovador e<br />

da importância social, política e pedagógica de Paulo Freire na história da educação<br />

brasileira. Com efeito,mais do que classificá-lo como escolanovista, destaca-se aí o seu<br />

empenho em colocar os avanços pedagógicos preconizados pelos movimentos progressistas a<br />

serviço da educação dos trabalhadores e não apenas de reduzidos grupos de elite.” (SAVIANI,<br />

2010, p. 335).<br />

71 Vera Barreto foi aluna de Freire e em 1983 participou com ele da fundação do “Vereda –<br />

Centro de Estudos em Educação”, que é a instituição a qual ela aparece vinculada no material<br />

do “Letra e Vida”.

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