Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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humano começa a aprender – tanto o que lhe é ensinado de forma<br />
intencional quanto o que pode aprender pelo simples fato de estar<br />
vivo –, ao conviver com outras pessoas em ambientes sociais<br />
diversificados. Muitas das coisas que sabemos não nos foram<br />
ensinadas formalmente. (SOLIGO, 2006, M2UET5, p. 6).<br />
Incorporemos ainda o que assevera a autora no item 10: “A relação da família<br />
com a aprendizagem dos alunos e com a proposta pedagógica”. Segundo Soligo (2006,<br />
M2UET5, p. 24), a escola e a família se influenciam reciprocamente e “[...] os pais de<br />
alunos têm como referência sua própria experiência escolar (se a tiveram), ou suas<br />
representações sobre o que deveria ser (quando nunca estudaram).” Dessa forma,<br />
eles agem com ideias predominantes na sociedade (de que escola é lugar para<br />
aprender, a necessidade de disciplina, que o professor sabe o que está fazendo etc.).<br />
Não só porque os pais têm essas representações, mas porque tem direito de<br />
participar da vida escolar de seus filhos, é preciso manter “[...] um diálogo<br />
permanente sobre a proposta pedagógica desenvolvida, as expectativas em relação à<br />
aprendizagem dos alunos e os papéis que cabem à escola e à família,<br />
respectivamente.” (SOLIGO, 2006, M2UET5, p. 25). Esses papéis devem ser tratados<br />
dentro de suas condições reais, isto é, “[...] não faz sentido solicitar que pais<br />
analfabetos ajudem seus filhos na escrita das lições de casa, mas é perfeitamente<br />
possível quando se trata de famílias de classe média.” (SOLIGO, 2006, M2UET5, p. 25).<br />
Retomemos o que apresentamos até aqui, sobre as ideias contidas no módulo 2<br />
do “Letra e Vida”: os textos trabalhados com os alunos devem ser variados, tendo<br />
predominância aqueles que estão diretamente relacionados ao seu uso no cotidiano<br />
(jornal, bilhetes, textos instrucionais); aprende-se em qualquer ambiente, inclusive<br />
na escola; os pais têm representações sobre a escola e podem ser solicitados ou não a<br />
ajudarem seus filhos, conforme sua própria escolarização.<br />
Poderíamos elencar, para cada um desses tópicos, uma pergunta: textos de uso<br />
cotidiano enriquecem a formação do aluno, para além das objetivações em-si? Se<br />
aprendemos também na escola e se seu conteúdo está vinculado à vida cotidiana, o<br />
que a diferencia? Se os pais serão mais ou menos solicitados a participar das lições de<br />
casa, seus filhos aprenderão coisas diferentes, certo?<br />
Reflitamos sobre essas questões. Concordamos que nem tudo o que se aprende<br />
é exclusivamente ensinado na escola. Entretanto, ela é o espaço privilegiado das