Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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Para concluir nosso estudo, é importante retomar o objetivo apresentado na<br />
introdução dessa tese, qual seja, examinar a relação entre o construtivismo como<br />
referencial pedagógico e a política educacional do Estado de São Paulo dos governos<br />
de André Franco Montoro, Orestes Quércia, Luiz Antônio Fleury Filho, Mário Covas<br />
Júnior, Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho e José Serra, situando o contexto de<br />
produção e implantação dos programas e documentos da SEE, em especial aqueles<br />
publicados pela Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas e Fundação para o<br />
Desenvolvimento da Educação, relativos ao Ciclo I do ensino fundamental no período<br />
de 1983 a 2008.<br />
Nesse intento, fizemos referência a noventa e dois documentos oficiais, nos<br />
estendendo inclusive àqueles publicados após 2008 para que pudéssemos traçar o<br />
mapa da SEE até o final da gestão de José Serra. Os materiais que examinamos nos<br />
auxiliaram a verificar como o construtivismo chegou à rede estadual de ensino<br />
paulista e de que maneira vem se sustentando nela nas últimas décadas.<br />
Na introdução desse estudo, questionamos: o que tem levado a SEE a ter<br />
resultados tão tímidos nos diferentes instrumentos de avaliação (SAEB, PISA, I<strong>DE</strong>B,<br />
SARESP E I<strong>DE</strong>SP)? Essas avaliações respondem à mensuração da formação plena dos<br />
indivíduos? Qual a relação entre a concepção pedagógica adotada em diferentes<br />
governos paulistas e a formação da classe trabalhadora?<br />
Ao apresentar os postulados que fundamentam o construtivismo,<br />
demonstramos a visão de conhecimento adotada por essa concepção, qual seja, que<br />
ele é a expressão do processo interno que cada sujeito realiza num esforço por<br />
assimilar a realidade segundo suas possibilidades. Deriva desse entendimento, que o<br />
aluno aprende espontaneamente e, em complementação, o professor não deve se<br />
tornar um obstáculo para esse processo, sendo secundária sua participação no<br />
desenvolvimento do indivíduo. Como assevera Becker (2001, p. 76, grifo do autor):<br />
O conhecimento é uma construção. O sujeito age<br />
espontaneamente 135 – isto é, independentemente do ensino, mas<br />
135 Becker (2001, p. 54, grifo do autor) esclarece que para Piaget ação espontânea é aquela<br />
que busca “[...] prover uma necessidade de origem endógena; e não a ação determinada por