Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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enovadora.” (SAVIANI, 2010, p. 336). Entretanto, a partir da segunda metade dessa<br />
década a pedagogia nova entrou em crise. O lançamento do Sputnik, o avanço<br />
tecnológico dos meios de comunicação e o lema de “segurança e desenvolvimento”<br />
instaurado pelo regime militar, impulsionaram os questionamentos em relação à<br />
condução da educação. Conforme Saviani (2010, p. 367-369):<br />
98<br />
A adoção do modelo econômico associado-dependente, a um tempo<br />
consequência e reforço da presença das empresas internacionais,<br />
estreitou os laços do Brasil com os Estados Unidos. Com a entrada<br />
dessas empresas, importava-se também o modelo organizacional que<br />
as presidia. E a demanda de preparação de mão-de-obra para essas<br />
mesmas empresas associada à meta de elevação geral da<br />
produtividade do sistema escolar levou à adoção daquele modelo<br />
organizacional no campo da educação. Difundiram-se, então, ideias<br />
relacionadas à organização racional do trabalho (taylorismo,<br />
fordismo), ao enfoque sistêmico e ao controle do comportamento<br />
(behaviorismo), que no campo educacional, configuraram uma<br />
orientação pedagógica que podemos sintetizar na expressão<br />
“pedagogia tecnicista”.<br />
Assim, especialmente a partir de 1964, o ensino paulista dedicado à formação<br />
dos professores, que vai se refletir na educação ministrada nas escolas, passa a<br />
centrar-se na modernização das práticas, sobretudo no uso de recursos audiovisuais<br />
que deveriam tornar o trabalho pedagógico mais competente e fecundo com vista “[...]<br />
à preparação para o trabalho e para o desenvolvimento econômico, sob a lógica da<br />
modernização, no período dos governos militares denominado desenvolvimentista.”<br />
(FURTADO, 2007, p. 66).<br />
Em 1967 inicia-se um período que vai perdurar até 1983, no qual quatro<br />
governadores foram nomeados pela ditadura pós-64. São eles: Abreu Sodré (1967-<br />
1971), Laudo Natel (1971-1975), Paulo Egydio Martins (1975-1979) e Paulo Salim<br />
Maluf (1979-1983). Permanece, em todas essas gestões, questões como o alto nível de<br />
analfabetismo, as condições precárias das unidades escolares e a necessidade de<br />
ampliação da rede física.<br />
As gestões de Abreu Sodré e Laudo Natel tiveram expressiva preocupação com<br />
a expansão do ensino. Assentados em uma política de desenvolvimento econômico,<br />
por meio da qual a educação comparece como forma de aumentar os recursos