Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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Os adultos com menor grau de escolaridade, que geralmente ficam<br />
fora das sucessivas “renovações pedagógicas”, transmitem uma<br />
imagem mais rígida da cultura escolar. São os grupos de pais que<br />
mais se opõem à diminuição da disciplina escolar, à redução das<br />
lições de casa, à flexibilização das pautas de avaliação ou falta de<br />
correção severa dos erros de ortografia. (TOLCHINSKY, 1998, p. 113).<br />
Já Dermeval Saviani, em seu livro “Escola e Democracia”, assim se posiciona:<br />
Os pais das crianças pobres têm uma consciência muito clara de que<br />
a aprendizagem implica a aquisição de conteúdos mais ricos, têm<br />
uma consciência muito clara de que a aquisição desses conteúdos não<br />
se dá sem esforço, não se dá de modo espontâneo;<br />
consequentemente, têm uma consciência muito clara de que para se<br />
aprender é preciso disciplina e, em função disso, eles exigem mesmo<br />
dos professores a disciplina. (SAVIANI, 2008, p. 40).<br />
Assim, podemos concluir que a visão de homem e sociedade que adotamos, vai<br />
influenciar decisivamente na maneira como compreendemos ser apropriada a<br />
participação da família na escola e a determinação dos papéis de cada um. Em nossa<br />
visão, apresentada no capítulo 1, entendemos, por oposição aos postulados<br />
construtivistas, apresentados no capítulo 2, que as relações estabelecidas entre esses<br />
entes se dá pelas determinações histórico-sociais de cada um, se constroem<br />
ancoradas em práticas reais e sintetizam múltiplas determinações. Concordamos com<br />
Martins (2010, p. 4) que<br />
Enquanto o trabalho nas escolas não representar, de fato, algo<br />
distinto do trabalho doméstico realizado pela família, é pouco<br />
provável que conquiste o reconhecimento e valorização tão<br />
almejados por aqueles que o realizam. Mudanças nas práticas sociais<br />
educativas nos parece ser uma das condições pelas quais possa ser<br />
construído um vínculo saudável entre escola e família, evitando e<br />
superando equívocos, ambivalências, contradições e sensações de<br />
desamparo extremamente prejudiciais não apenas para os alunos,<br />
mas, para todos os envolvidos com sua educação.<br />
Passemos agora, ao último módulo do “Letra e Vida”, do qual selecionamos<br />
para análise o texto “Aspectos gramaticais” (SÃO PAULO, 2006b, M3U7T6), extraído<br />
dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa de 1ª a 4ª série. Seu<br />
objetivo é demonstrar que a gramática tem utilidade no interior da situação de<br />
produção textual. O que precisa ser ensinado é, nessa perspectiva, aquilo que