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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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descobriu, o quê, exatamente, as letras representavam” (WEISZ, 2005a, M1U3T5, p.<br />

11, grifo nosso 56 ).<br />

A consequência da naturalização de diferenças de aprendizagem, que aceita<br />

um ensino de baixa qualidade, se revela também em outro documento da CENP,<br />

publicado em 1986, no qual se compreende que os melhores indivíduos estão longe<br />

do alcance da escola “normal”. Afirma o documento:<br />

82<br />

Presenciamos em todos os setores da atividade humana a instituição<br />

de padrões de excelência irreais em relação ao ensino e à educação<br />

existente, inatingíveis e incompreensíveis pela grande maioria. [...]<br />

Podem evidentemente existir indivíduos excepcionais, que<br />

sobrepondo-se de um modo ou outro ao esvaziamento e à<br />

autonomização da vida, alcançam uma medida integrativa apesar de<br />

tudo. Mas, com efeito, constituem exceções. E, se por ventura<br />

conseguem superar os obstáculos, isso será devido a circunstâncias<br />

aleatórias, de caráter estritamente pessoal. E é quase um milagre.<br />

(SÃO PAULO, 1986b, p. 35-36, grifo nosso).<br />

Encantamentos e milagres à parte, Azenha recupera essa concepção de<br />

dissociação entre o que o professor ensina e a aprendizagem que daí decorre ao<br />

afirmar que<br />

[...] as condutas escritas de um aprendiz não são o mero resultado<br />

daquilo que o professor ensina. Existe um processo de construção<br />

deste conhecimento que nem sempre coincide com o que está sendo<br />

ensinado. (AZENHA, 1993, p. 42).<br />

Em concordância com esses posicionamentos, o texto “Contribuições à prática<br />

pedagógica – 2” 57 apresenta a seguinte consideração:<br />

Não é prejudicial dar informações aos alunos; o que pode ser<br />

prejudicial é pensar que a informação dada é recebida por eles<br />

sempre sem modificações, porque estaremos supondo estar<br />

transmitindo ao aprendiz um conhecimento que, em muitos casos,<br />

56 Vale destacar que esse texto foi publicado pela SEE em 1985, 1988 e a partir de 2003 nas<br />

edições do material de formação de professores alfabetizadores, o programa “Letra e Vida”.<br />

57 Esse texto traz excertos da publicação de Délia Lerner de Zunino e Alícia Palacios Pizani,<br />

intitulada “A aprendizagem da língua escrita na escola – reflexões sobre a proposta pedagógica<br />

construtivista”.

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