13.06.2013 Views

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

aproveitamento da educação escolar, como algo vinculado às insuperáveis<br />

particularidades de cada sujeito.<br />

Para o construtivismo não será garantido por meio das intervenções do<br />

professor, por exemplo, o domínio da escrita. Como afirma Azenha (1993, p. 56, grifo<br />

nosso):<br />

81<br />

Tanto os sinais de pontuação como a orientação da leitura são<br />

conteúdos específicos do aspecto arbitrário da convenção escrita,<br />

que, portanto, não podem ser deduzidos pelo raciocínio infantil. São,<br />

pois, conhecimentos socialmente transmitidos, dependentes da<br />

existência de uma longa prática com textos escritos e com<br />

informantes desse sistema. Pode-se inferir a partir destes<br />

comentários que o ensino escolar não será o mesmo para as<br />

crianças de classe baixa e de classe média, considerando-se as<br />

diferenças nas práticas prévias à escolarização, no que se refere<br />

à escrita e à leitura.<br />

Por que a educação escolar não será a mesma? Na perspectiva construtivista<br />

isso é previsto, pois os conhecimentos não são necessariamente escolares (podem ser<br />

aprendidos espontaneamente) e quando estão dentro da escola, além de, nessa<br />

concepção, referendarem o cotidiano e as apropriações mais precárias do saber, não<br />

se espera que eles possam atingir a todos. Mas então, o que o professor deve e pode<br />

fazer, de acordo com o construtivismo?<br />

Para as pesquisadoras Ferreiro e Teberosky (1985), o meio (e nele se encontra<br />

o professor) seria a fonte da criança para que ela possa observar seu entorno e<br />

perceber as características daquilo que designa a escrita. O educador, portanto, deve<br />

funcionar como um apresentador, que por meio de diferentes situações, possibilita à<br />

criança que ela pense e descubra as particularidades do sistema alfabético,<br />

incorporando-as como hipóteses. Podemos verificar o quanto o construtivismo<br />

desvaloriza a função do professor e em contrapartida destaca os aspectos internos<br />

(que a criança vai descobrir por si) como mais fundamentais, quando Telma Weisz<br />

menciona, no texto “Como se aprende a ler e escrever ou prontidão - um problema mal<br />

colocado”, que os “[...] problemas perceptivo-motores [de um aluno em processo de<br />

alfabetização analisado no texto] desapareceram, como por encanto, quando ele

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!