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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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eiteradamente demonstrado sua desqualificação, apreensão de conhecimentos<br />

mínimos e, portanto, empobrecendo o desenvolvimento dos indivíduos.<br />

197<br />

O que pudemos analisar nos documentos da SEE é sua filiação a uma<br />

concepção teórica que mantém vínculos com o neoliberalismo e pós-modernismo,<br />

que em lugar de possibilitar a apropriação da riqueza material e intelectual humana,<br />

ocasiona a preparação do indivíduo para a exploração capitalista.<br />

O governo paulista elaborou material didático e ofereceu cursos em suas<br />

consecutivas administrações: Montoro, Quércia, Fleury, Covas, Alckmin e Serra.<br />

Sempre se apoiou no discurso da inovação, do alcance de melhores resultados e de<br />

atendimento às “demandas sociais”. Não se pode perder de vista que a produção e<br />

circulação desses materiais funcionam como interventores sobre a prática<br />

pedagógica, inclusive seduzindo os professores para que acreditem que não aderir às<br />

pedagogias do “aprender a aprender” significa permanecer à margem das mais<br />

avançadas formas de educação.<br />

Como explica Rossler (2006), o ideário construtivista não foi escolhido ao<br />

acaso para desempenhar o papel de discurso de modernização e democratização da<br />

escola. Essa concepção foi abraçada por adequar-se aos interesses ideológicos,<br />

políticos e econômicos dominantes. Por essa razão o construtivismo aparece com<br />

suposta superioridade em relação a outras teorias pedagógicas,<br />

[...] como uma resposta aos problemas e às várias indagações da<br />

educação, quando não como uma solução – quase mágica – para os<br />

problemas humanos, sociais, econômicos, políticos e culturais de<br />

nosso tempo. É comum na bibliografia construtivista aparecerem<br />

falas aludindo à responsabilidade política e social dos educadores em<br />

transformarem a nossa realidade, em mudarem esse país ou até o<br />

planeta. Em outras palavras, são comuns as alusões a um suposto<br />

poder transformador e revolucionário da educação. Esse discurso,<br />

muitas vezes, assume um caráter fortemente idealista, posto que<br />

superestima a educação, ao mesmo tempo em que subestima ou<br />

desconsidera as condições materiais que produzem essa mesma<br />

realidade a ser transformada. Entretanto, a transformação da<br />

realidade de nosso país, por parte dos educadores, está diretamente<br />

condicionada a uma adesão às ideias e práticas construtivistas. Sem<br />

aderir a essas ideias restaria pouco ou quase nada a fazer. (ROSSLER,<br />

2006, p. 108-109).<br />

Entendendo que “[...] o presente se enraíza no passado e se projeta no futuro”<br />

(SAVIANI, 2010, p. 4), é preciso continuar a desvelar os mecanismos que têm sido

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