Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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independem da qualidade da formação e dos salários dos professores<br />
da Educação Básica.<br />
O sucateamento da educação e consequentemente, da formação dos<br />
professores, marcam as políticas educacionais, que se voltam ao atendimento dos<br />
interesses capitalistas como buscamos demonstrar nesse trabalho. Procuramos<br />
revelar como o construtivismo, teoria hegemonicamente estabelecida no Estado de<br />
São Paulo (e podemos dizer também em nosso país), tem ocultado seus reais vínculos<br />
ideológicos por detrás de um discurso progressista, que a um só tempo, culpabiliza os<br />
professores pelos insucessos da escola, desqualifica a formação dos alunos da rede<br />
pública paulista e alimenta uma sociedade injusta, desigual e desumana. Dessa forma,<br />
concordamos com Rossler (2004, p. 85), quando afirma que<br />
[...] se no plano teórico o discurso educacional hegemônico se<br />
embeleza com palavras sedutoras que escondem os interesses a que<br />
se prestam, ou seja, desviar a atenção da verdadeira luta que os<br />
indivíduos devem travar para a superarem as condições de existência<br />
reais, na prática essa mesma educação vem sofrendo uma profunda<br />
adequação à lógica selvagem do capital. O que dificulta ainda mais o<br />
processo de superação das relações sociais de alienação vigentes,<br />
posto que a desqualificação de nosso ensino implica perdas e danos<br />
irreparáveis na formação moral, intelectual e social dos indivíduos. O<br />
que em última instância significa que, em um ou em outro plano, seja<br />
no âmbito do discurso educacional ou no âmbito da realidade<br />
concreta da escola, o que de fato acontece é que a educação acaba<br />
reforçando e contribuindo para a manutenção da realidade social<br />
atual, em vez de contribuir para a sua negação e superação.<br />
Nesse estudo, nos colocamos integralmente em oposição ao comodismo,<br />
imobilismo e pessimismo em relação às possibilidades da transformação da escola.<br />
Mas, como já indicamos, temos clareza que, apesar de sua relevância, esse é um<br />
embate que se encontra no interior da luta maior pela sociedade comunista, que<br />
poderá dar aos indivíduos sua verdadeira condição de sujeitos humanizados,<br />
desenvolvidos em sua plenitude, livres e partícipes do gênero humano em sua<br />
totalidade.<br />
Madalena Freire encerra seu artigo “Aspectos pedagógicos do construtivismo<br />
pós-piagetiano – II”, que só pelo título já nos permite afirmar sua concordância com as<br />
pedagogias do “aprender a aprender”, com uma frase emblemática. Seu texto defende,<br />
como tantos que vimos aqui, a importância em reconhecer os interesses dos alunos,