Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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com mais foco na alfabetização dos alunos das séries iniciais” (SÃO PAULO, 2008b, p.<br />
3, grifo nosso). Melhor seria ressaltar a necessidade de se atuar com foco na<br />
alfabetização, pois o programa tem, curiosamente, denominação e conteúdo bastante<br />
parecidos com uma das publicações mais importantes da década de 1990 entre os<br />
professores: “Ler e Escrever, um grande prazer!” (SÃO PAULO, 1993), o que indica que<br />
a despeito dos índices insatisfatórios de desempenho dos estudantes, isso nunca<br />
imprimiu uma mudança de rumo na concepção pedagógica adotada pela SEE.<br />
192<br />
Isentando-se de responsabilidades afirma-se na apresentação do programa<br />
que “[...] o momento não é de procurar culpados por não termos resolvido essa<br />
questão [da não alfabetização] até agora. A hora é de dividir responsabilidades e, com<br />
o empenho de todos, reverter esse quadro.” (SÃO PAULO, 2008b, p. 3-4).<br />
Peculiarmente utilizando-se do título de uma famosa cartilha, bastante utilizada<br />
(inclusive na rede estadual) na década de 1970, afirma a ex-secretária Maria Helena<br />
que<br />
[...] não será um caminho suave. Mas, quando nos depararmos com<br />
meninos e meninas de oito anos lendo poemas, receitas, histórias,<br />
notícias e outros gêneros e escrevendo cartas, histórias, receitas,<br />
notícias e outros, certamente vamos ter a grata sensação de quem, de<br />
fato, cumpriu uma nobre e importante missão. (SÃO PAULO, 2008b,<br />
p. 4, grifo nosso).<br />
Palma Filho (2009), em seu artigo “A política educacional do Estado de São<br />
Paulo no período de 1983-2008”, faz uma descrição da educação paulista no referido<br />
período desprovida de apreciação crítica e finaliza com apontamentos sobre um<br />
conjunto de medidas “[...] necessárias para começar a reverter os baixos índices de<br />
rendimento escolar apresentado em nossas escolas.” (PALMA FILHO, 2009, p. 6062).<br />
Independente das ações listadas pelo autor (que merecem uma análise crítica à<br />
parte), o que chama a atenção é a colocação dessas medidas como parte de uma luta<br />
que se deve empreender para iniciar a reversão dos resultados que demonstram que<br />
os alunos não estão aprendendo... Eles não estão aprendendo há muito tempo! E se<br />
pegarmos como base o pretenso discurso de mudança da escola na década de 1980, a