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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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da apropriação, que o indivíduo supere sua visão particular do fenômeno. Essa<br />

homogeneização propiciará a generalização do pensamento, pois “[...] sem isso o<br />

indivíduo não penetra nessa esfera [de objetivação], não se apropria dos<br />

conhecimentos existentes nela e não se objetiva através da mediação desses<br />

conhecimentos.” (DUARTE, 2007, p. 69). A catarse, entendida como momento em que<br />

se expressa essa homogeneização, produz uma compreensão, por parte do aluno,<br />

qualitativamente superior em relação às apropriações do patrimônio humano-<br />

genérico, presentes nos conteúdos escolares trabalhados pelo professor.<br />

e) Ponto de chegada da prática educativa (prática social modificada): o<br />

educando, tendo adquirido e sintetizado o conhecimento, tem entendimento e senso<br />

crítico para buscar seus objetivos de maneira transformadora. Quando o aluno<br />

problematiza a prática social e evolui da síncrese para a síntese, está no caminho da<br />

compreensão do fenômeno em sua totalidade. O primeiro e o quinto momento são a<br />

prática social, mas diferem no sentido de que ao final do processo essa prática se<br />

modifica em função da aprendizagem resultante da prática educativa, produzindo<br />

alterações na qualidade e no tipo de pensamento (do empírico 22 ao teórico 23 ).<br />

Compreender a teoria e utilizá-la coerentemente com seus postulados exige<br />

que o professor observe os resultados advindos de suas ações. É importante que a<br />

proposta metodológica da pedagogia histórico-crítica não seja incorporada como um<br />

receituário, desvencilhada de seus fundamentos teóricos, pois seu embasamento,<br />

quais adquirem uma relativa autonomia em relação à vida cotidiana e, ao mesmo tempo, a<br />

superam, como, por exemplo, a ciência, a arte e a filosofia (DUARTE, 1999, 2007).<br />

22 Eidt (2009) explica, com base nos estudos da psicologia histórico-cultural, que existem três<br />

formas de pensamento. As duas primeiras, pensamento motor-vívido e pensamento por<br />

imagens estão estreitamente relacionadas, tendo sua distinção somente finalidade didática.<br />

Esses dois tipos de pensamento são formas primárias, pois se relacionam a ações práticas ou<br />

representação da realidade por meio da percepção. Assim, podemos caracterizar o<br />

pensamento empírico como aquele que está restrito às vivências do sujeito, pois se engendra<br />

pela atividade objetiva do indivíduo.<br />

23 O terceiro tipo de pensamento é o discursivo, exclusivamente humano. Eidt (2009, p. 85),<br />

apoiando-se em Leontiev, afirma que “[...] enquanto a inteligência é comum a seres humanos<br />

e animais, o pensamento verbal abstrato é especificamente humano, uma vez que ele se<br />

encontra estreitamente vinculado às generalizações elaboradas em sociedade”. O<br />

pensamento teórico precisa “[...] ir além das informações imediatas obtidas por meio dos<br />

órgãos sensoriais.” (EIDT, 2009, p. 87). Assim, o pensamento teórico exige um passo adiante<br />

da experiência, pois trabalha com múltiplas determinações que estão para além da aparência<br />

do fenômeno.<br />

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