13.06.2013 Views

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

(2003, p. 144) que “[...] o professor, enquanto alguém que, de certo modo, apreendeu<br />

as relações sociais de forma sintética, é posto na condição de viabilizar esta<br />

apreensão [dos conhecimentos] por parte dos alunos”.<br />

Devemos salientar que o objetivo da educação, segundo a pedagogia histórico-<br />

crítica, é contribuir para o desenvolvimento dos indivíduos, de forma a colaborar com<br />

a transformação da sociedade. Mas com isso não queremos afirmar que a escola possa<br />

realizar esse intento sozinha. Ela é uma das instituições da sociedade, com importante<br />

papel, mas que não garante por si sua mudança. Precisamos ter claro que como<br />

resultado de procedimentos didático-pedagógicos, o que o professor pode conquistar<br />

por meio de suas ações é a catarse dos alunos. A mudança de prática social depende<br />

de uma série de condições que extrapolam o espaço da sala de aula. Ademais, o<br />

resultado mais amplo do processo educativo depende da escolarização do indivíduo<br />

durante anos (vide atividade-guia de estudo), não se restringindo a apreensão<br />

imediata de determinados conteúdos e sim sua complexificação ao longo de sua<br />

formação. Em outras palavras, o ponto de chegada da prática educativa depende de<br />

um processo amplo do desenvolvimento humano, que não necessariamente se<br />

observa ao fim de uma determinada aula, bimestre ou mesmo ano letivo.<br />

Discorreremos a seguir sobre o desenvolvimento da escrita segundo a<br />

psicologia histórico-cultural, tendo em vista a relevância dessa temática para os anos<br />

iniciais do ensino fundamental, que será objeto dos documentos que analisaremos a<br />

partir do capítulo 3.<br />

1.3.1 A ESCRITA COMO CONQUISTA HISTÓRICO-CULTURAL <strong>DE</strong> H<strong>UM</strong>ANIZAÇÃO<br />

No texto “O desenvolvimento da escrita na criança”, Luria (2006) afirma que<br />

quando a criança começa a escrever de forma padronizada, na verdade já percorreu<br />

um caminho de aquisições culturais que lhe possibilita aprender a ler e escrever de<br />

maneira mais rápida. Entretanto, as técnicas primitivas de escrita desenvolvidas<br />

antes de sua alfabetização não têm valor menor e, inversamente, representam<br />

momentos importantes para que a escrita se desenvolva como um sistema de signos<br />

culturalmente elaborado.<br />

Para ser capaz de escrever, a criança precisa organizar relações funcionais com<br />

os objetos. Mas o estabelecimento dessas relações pode ser observado também nos<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!