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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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172<br />

Em 2001, o Ministério da Educação, administrado por Paulo Renato Costa<br />

Souza 116 , começa a veicular (em parceria com Estados e Municípios) um programa de<br />

formação de professores alfabetizadores (PROFA), sendo um desses Estados, São<br />

Paulo. O PROFA 117 se constituiu de vídeos e materiais impressos e uma carga entre<br />

180 e 200 horas de curso. Em São Paulo, a partir de 2003, o curso passa a ser<br />

ministrado sob a denominação de “Letra e Vida”.<br />

O material do “Letra e Vida” está dividido em três módulos que trazem<br />

subsídios teóricos e propostas de atividades para a alfabetização e é anunciado pelo<br />

então secretário Gabriel Chalita como “[...] um guia indispensável [voltado a]<br />

subsidiar os professores alfabetizadores com recursos modernos, dinâmicos,<br />

atualizados, necessários à solidificação de seus potenciais e ao incremento de sua<br />

metodologia.” (SÃO PAULO, 2005, s/p).<br />

Antes de prosseguir com a análise dos módulos do “Letra e Vida”, expliquemos<br />

como eles estão organizados e são utilizados no curso. Os livros têm cerca 118 de<br />

trezentas páginas cada um (três módulos) e se caracterizam como uma coletânea. A<br />

cada unidade, além dos textos para discussão pedagógica (elaborados por membros<br />

da equipe da SEE ou excertos de outras publicações – artigos e capítulos de livros),<br />

são trazidos também textos “para emocionar, refletir ou divertir”. Nessa categoria,<br />

116 Paulo Renato Costa Souza tem em seu currículo atuações importantes na vida pública: exreitor<br />

da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ex-ministro da educação (1995-<br />

2002), coordenador do Programa de Governo de Fernando Henrique Cardoso nas eleições de<br />

1994 e 1998, filiado ao PSDB desde 1990, gerente de operações do Banco Interamericano de<br />

Desenvolvimento (BID), eleito para o cargo legislativo de deputado federal (2007-2010) pelo<br />

PSDB, secretário da educação de São Paulo no período de 1984 a 1986, para onde retornou<br />

em 2009, ficando até o final da gestão de José Serra/Alberto Goldman. Em sua primeira<br />

gestão na Secretaria, Paulo Renato participou da implantação do CB, garantindo as bases do<br />

construtivismo na SEE. Como ministro, conduziu boa parte das reformas políticoeducacionais<br />

iniciadas na década de 1990, alinhadas ao neoliberalismo e às pedagogias do<br />

“aprender a aprender”. Em sua segunda passagem pela SEE, manteve, assim como seus<br />

antecessores, a concepção pedagógica construtivista como oficial da rede estadual de ensino<br />

paulista e deu continuidade ao programa “Ler e Escrever”, que teve como ponto de partida o<br />

“Letra e Vida”.<br />

117 Para uma análise crítica do PROFA, confira MAZZEU, 2007.<br />

118 As páginas dos módulos não são numeradas sequencialmente. A organização é feita por<br />

módulo, unidade e tema. Assim, por exemplo, o texto “Programa de Formação de Professores<br />

Alfabetizadores – expectativas de aprendizagem”, que é o primeiro tema (T1), da primeira<br />

unidade (U1) do módulo 1 (M1) é paginado de 1 a 3 (M1U1T1, p. 1-3). O texto seguinte,<br />

“Contribuições do registro escrito”, é paginado de 1 a 2 (M1U1T2, p. 1-2).

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