13.06.2013 Views

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

entendimento dado pelo construtivismo no que se refere ao aluno e ao professor,<br />

tendo em vista que essas questões serão pontuadas em nossa análise a partir do<br />

capítulo 3.<br />

2.4 O ALUNO E O PROFESSOR NO CONSTRUTIVISMO<br />

Como visto anteriormente, a busca de equilíbrio entre assimilação e<br />

acomodação, que gera a adaptação dos indivíduos ao meio é central na teoria<br />

piagetiana. Assim, o indivíduo, tomado na escola por aluno, está predestinado a<br />

reconstruir (ou reinventar) o conhecimento segundo suas possibilidades. E nesse<br />

sentido, o professor toma lugar acessório a essa reconstrução.<br />

Fernando Becker, em seu livro “Educação e construção do conhecimento”,<br />

afirma que o ser humano, ao nascer “[...] apesar de trazer uma fascinante bagagem<br />

hereditária que remonta a milhões de anos de evolução, não consegue emitir a mais<br />

simples operação de pensamento ou o mais elementar ato simbólico”. O autor ainda<br />

assevera, apoiando-se em Piaget, que “[...] o meio social, por mais que sintetize<br />

milhares de anos de civilização, não consegue ensinar a esse recém-nascido o mais<br />

elementar conhecimento objetivo.” (BECKER, 2001, p. 70, grifo do autor). Podemos<br />

notar a coerência de Becker com os postulados piagetianos e se analisarmos a<br />

questão da transmissão de conhecimento, chamada por Piaget de transmissão social,<br />

verificaremos que ela está subordinada e limitada à reinvenção por meio da qual o<br />

indivíduo assimila a realidade às suas estruturas de pensamento e aos seus esquemas<br />

de ação. Segundo Piaget,<br />

68<br />

[...] quando se trata da fala adulta, transmitindo ou procurando<br />

transmitir conhecimentos já estruturados pela linguagem ou pela<br />

inteligência dos pais e dos mestres, imagina-se que essa assimilação<br />

prévia é suficiente e que a criança tem apenas de incorporar esses<br />

alimentos intelectuais já digeridos, como se a transmissão não<br />

exigisse uma nova assimilação, isto é, uma reestruturação<br />

dependente, neste caso, das atividades do auditor. Em uma palavra,<br />

desde que se trata da fala ou do ensino verbal, parte-se do postulado<br />

implícito de que tal transmissão educativa fornece à criança os<br />

instrumentos próprios de assimilação, ao mesmo tempo que esses<br />

instrumentos só podem ser adquiridos pela atividade interna e que<br />

toda assimilação é uma reestruturação ou uma reinvenção. (PIAGET,<br />

1998a, p. 48).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!