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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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4.1 A CONTINUIDA<strong>DE</strong> DAS POLÍTICAS NEOLIBERAIS NOS GOVERNOS DO PARTIDO DA SOCIAL<br />

<strong>DE</strong>MOCRACIA BRASILEIRA (PSDB): 1995-2010<br />

154<br />

A situação posta na metade da década de 1990, em continuidade ao que<br />

anteriormente havia se iniciado, é a da reestruturação produtiva do capital 99 , com<br />

vista à flexibilização do trabalho, terceirização, imposição de normas de qualidade e<br />

produtividade, diminuição do emprego (mesmo qualificado), mudanças nas relações<br />

de trabalho (subemprego, trabalho doméstico etc.), redução do poder dos sindicatos e<br />

perda de direitos trabalhistas (LIMA, 1998). Como atesta Sala (2009, p. 39)<br />

O intenso processo de transformação na produção pelo qual<br />

passamos notadamente nas últimas duas décadas não é apenas<br />

decorrência dos avanços tecnológicos, dos avanços da ciência e de<br />

sua aplicação na produção. Esse processo também se liga à<br />

necessidade do sistema capitalista de superar uma profunda crise de<br />

acumulação pela qual passa desde os anos 1970, ou seja, essa<br />

transformação não se insere de forma autônoma e abstrata em uma<br />

história dos avanços técnicos, mas só pode ser apreendida<br />

concretamente no quadro do desenvolvimento capitalista, pois<br />

contém, reproduz e acirra contradições que lhe são imanentes.<br />

O projeto neoliberal, tendo em vista essa reestruturação, exige um “novo” tipo<br />

de trabalhador: flexível, adaptável, com capacidade empreendedora etc. Isso nos<br />

permite indagar, como Carvalho (2010), qual é o verdadeiro valor do conhecimento<br />

para o capitalismo? Segundo o autor supra mencionado, para o capital só tem valor<br />

“[...] o conhecimento que possibilita a ampliação e a manutenção da sua existência. O<br />

conhecimento seja da natureza, seja das relações sociais, que cada vez mais amplie a<br />

extração do trabalho excedente, que aumente a mais-valia sobre o trabalhador.”<br />

(CARVALHO, 2010, p. 23-24).<br />

Esse quadro converte a formação do trabalhador em verdadeiras<br />

competências... De precarização, exploração e alienação, que se traduzem nas<br />

pedagogias do “aprender a aprender”, pois<br />

99 Sobre a reestruturação do capital e seus efeitos na formação da classe trabalhadora, confira<br />

CARVALHO, 2010; MAZZEU, 2007; SALA, 2009; SANTOS JÚNIOR, 2005.

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