Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
“Manifesto”, a educação é entendida como aquela que deve organizar os meios para o<br />
desenvolvimento natural do indivíduo em contraposição à escola tradicional, taxada<br />
de passiva, verbalista e intelectualista (SAVIANI, 2010). Deve ser uma escola que<br />
tenha em sua base<br />
93<br />
[...] a atividade espontânea, alegre e fecunda, dirigida à satisfação<br />
das necessidades do próprio indivíduo. Na verdadeira educação<br />
funcional deve estar, pois, sempre presente, como elemento essencial<br />
e inerente à sua própria natureza, o problema não só da<br />
correspondência entre os graus do ensino e as etapas da evolução<br />
intelectual fixadas sobre a base dos interesses, como também da<br />
adaptação da atividade educativa às necessidades<br />
psicobiológicas do momento. (MANIFESTO... 1984, p. 416, grifo<br />
nosso).<br />
Sublinhemos ainda que após o lançamento do “Manifesto dos Pioneiros da<br />
Educação Nova” houve reação por parte dos católicos pertencentes à Associação<br />
Brasileira de Educação, que fundaram então a Confederação Católica Brasileira de<br />
Educação (1933). Como atesta Saviani, após a publicação do “Manifesto” (em 19 de<br />
março de 1932), em diversos jornais do Rio de Janeiro e São Paulo<br />
[...] a recepção foi polêmica. Às manifestações favoráveis como as de<br />
Azevedo Amaral, Menotti del Picchia e Cecília Meireles se contrapôs<br />
uma avalanche de críticas oriundas dominantemente de intelectuais<br />
ligados à Igreja católica, tendo à frente Alceu Amoroso Lima, que sob<br />
o pseudônimo de Tristão de Ataíde, publicou grande número de<br />
artigos criticando contundentemente o “Manifesto” e o grupo<br />
responsável por seu lançamento. Já no dia 23 de março, Tristão de<br />
Ataíde fez estampar em O Jornal o artigo denominado “Absolutismo<br />
pedagógico”, em que considerava o “Manifesto” “anticristão”, por<br />
negar a finalidade espiritual do homem; “antinacional”, ao<br />
desconsiderar a tradição religiosa da população brasileira;<br />
“antiliberal” por defender o monopólio do Estado e ser contra a<br />
liberdade de ensino; “anti-humano”, ao negar o sobrenatural e<br />
subordinar o homem ao âmbito material e biológico; e “anticatólico”,<br />
ao não reconhecer o direito da Igreja de educar publicamente os seus<br />
adeptos. (SAVIANI, 2010, p. 254).<br />
De acordo com Furtado (2007), o movimento renovador escolanovista foi<br />
fundamental à elaboração do Decreto 5.884, de 21 de abril de 1933, que organizou o