Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
185<br />
Parece-nos uma boa ideia subsidiar os professores com orientações que<br />
sistematizem os conteúdos de ensino (currículo). Também é interessante pensar o<br />
processo educativo de forma que a aprendizagem não se limite a domínios técnicos<br />
ou restritos sobre a linguagem ou qualquer outro conhecimento. Entretanto, quando<br />
o texto explicita sua concepção de aprendizagem, como acabamos de mencionar, fica<br />
clara sua vinculação com os postulados piagetianos, segundo os quais o conhecimento<br />
é algo que depende de cada sujeito, de suas interpretações e possibilidades<br />
individuais para aprender. Também é possível referendar o que estamos afirmando,<br />
quando lemos, na parte de matemática do documento, que<br />
É preciso considerar os obstáculos envolvidos na construção dos<br />
conceitos matemáticos para que se possa compreender como<br />
acontece sua aprendizagem pelos alunos. Sabemos que os obstáculos<br />
não estão presentes somente na complexidade dos conteúdos, são<br />
determinados também pelas características cognitivas, sociais e<br />
culturais de quem aprende. (SÃO PAULO, 2008f, p. 23, grifo nosso).<br />
Outra evidência de que podemos estar equivocados se considerarmos<br />
positivas essas orientações curriculares é sua relação com a pedagogia das<br />
competências. Vejamos esse trecho, extraído do item que trata da concepção de<br />
alfabetização adotada pela SEE. Nele, assegura-se que o<br />
[...] desenvolvimento da competência de ler e escrever não é um<br />
processo que se encerra quando o aluno domina o sistema de escrita,<br />
mas se prolonga por toda a vida com a crescente possibilidade de<br />
participação nas práticas que envolvem a língua escrita e que se<br />
traduz na sua competência de ler e produzir textos dos mais<br />
variados gêneros. (SÃO PAULO, 2008f, p. 8, grifo nosso).<br />
Destacamos a palavra “competência” repetida por duas vezes nesse excerto,<br />
porque se o vocábulo “construtivismo” parece ter se tornado algo a ser evitado, o<br />
termo “competência”, ao contrário, é reiterado constantemente.<br />
Para a pedagogia das competências, segundo Martins (2004, p. 68), que nos<br />
explica essa concepção a partir de Perrenoud, “[...] principal referência na<br />
disseminação desta noção no ideário pedagógico brasileiro”, a competência encerra<br />
“[...] uma qualidade desenvolvida no indivíduo por meio daquilo que ele faz, quando<br />
então mobiliza seus conhecimentos para o enfrentamento dos desafios lançados pela